Todos nós temos imperfeições que nos definem tanto quanto os nossos pontos positivos, não é verdade? Por isso, a maior parte do crescimento humano não é só reconhecer essas falhas, mas fazer algum esforço para corrigi-las.
Entretanto, essa não é uma meta tão fácil de ser alcançada, pois muitas características de nossa personalidade são difíceis de controlar, sendo que, muitas vezes, nem nos damos conta de que algumas delas realmente são prejudiciais em nossa vida.
Por essa razão, é importante se observar a fim de constatar se algo está atrapalhando a sua evolução devido a essas características, seja no trabalho, na escola, em casa, na vida afetiva etc. A capacidade de reconhecer que a mudança pessoal é necessária é o primeiro passo para reverter esses estados. Confira abaixo quais os traços de personalidades que são mais difíceis de ser alterados, mas não impossíveis.
4 – Ser tímido
Com certeza, você conhece alguém que era muito tímido quando era mais novo e agora é bastante extrovertido ou vice-versa. É fato também que existe muita gente que mantém a timidez desde criança até quando se torna adulto. Essa característica pode realmente mudar com o tempo, mas depende de vários fatores, como ambiente no qual a pessoa vive, família, amigos, problemas etc.
Mesmo assim, quem vence a timidez pode se considerar um campeão. Isso porque esse é um traço difícil de mudar, porque a sua mente está constantemente lhe dizendo que é mais seguro se manter mais quieto, recluso, longe da multidão. Um estudo de 2010 identificou alguns aspectos da timidez:
- Algumas pessoas nascem com uma inclinação para a timidez. Mas esse fator não é uma condenação eterna a desviar os olhos dos outros. Segundo o pesquisador do estudo, isso depende muito também da criação que a pessoa tem;
- Mais timidez é adquirida através de experiências de vida;
- Existe uma neurobiologia da timidez, sendo pelo menos três centros cerebrais que interpõem o medo e a ansiedade e que organizam a resposta de todo o corpo com o que reconhecemos como timidez;
- A incidência de timidez varia entre os países. Israelenses parecem ser os menos tímidos habitantes do mundo. Um importante fator contribuinte são os estilos culturais de atribuir elogio e culpa para as crianças.
3 – Guardar rancor
Você é uma pessoa rancorosa e guarda ressentimento por alguém ou algo que aconteceu por anos a fio? Todo mundo sabe que isso só faz mal, podendo até afetar a sua saúde, e o melhor a fazer é deixar esse sentimento de lado. Com isso, você libera o seu cérebro para pensamentos mais positivos e produtivos, dedicando também a sua energia para o que lhe faz bem. Cada caso é um caso e sabemos que é fácil falar, mas na prática é mais difícil. No entanto, não custa tentar.
Um estudo de 2000 demonstrou que perdoar parece ser melhor para as pessoas do que guardar rancor, pelo menos em termos de efeitos negativos sobre o corpo. “Quando as pessoas pensam sobre os seus infratores de forma implacável, elas tendem a experimentar emoções negativas mais fortes e maiores respostas fisiológicas de estresse”, disse a líder do estudo Charlotte vanOyen Witvliet aoWebMD.
A pesquisa demonstrou que, quando essas mesmas pessoas pensam de forma mais tolerante sobre quem lhe causou algum sofrimento, elas pareciam experimentar um sentimento mais positivo, maior controle percebido e menos stress.
2 – Mentir
Quem aí tem a síndrome do Pinóquio? Acho que todo mundo tem um pouco de mentiroso, não é verdade? A mentira está presente na vida de praticamente todas as pessoas do mundo, principalmente aquelas inverdades consideradas inofensivas utilizadas até mesmo sem que a gente se dê conta.
O grande problema é quando a mentira é prejudicial e provoca sofrimento a você e outras pessoas, mina a sua credibilidade, atrapalha os seus estudos, o seu trabalho e os seus relacionamentos. Aí é um caso sério, sendo necessário corrigir essa característica.
E você sabia que existem até horários do dia em que mentimos mais? De acordo com um estudo divulgado nessa semana, os pesquisadores da Universidade de Harvard e de Utah realizaram alguns experimentos sobre mentira, traição e até roubo que mostraram que essas ocorrências eram mais altas na parte da tarde.
Segundo eles, na parte da manhã estamos mais descansados e, por isso, mais honestos. A falta de descanso faz com que haja um declínio em nosso autocontrole e na capacidade de tomar decisões, tornando a mentira um caminho mais fácil.
1 – Se fazer de vítima
Eu não tenho dinheiro, não tenho amor, não tenho casa, ninguém curte minhas postagens no Facebook …” Quem nunca se pegou fazendo algum drama desse tipo? Antes de qualquer coisa, não estamos tirando o direito de ninguém reclamar da vida. Mas, se você tem saúde, comida, família e um teto para se abrigar, já é um bom começo.
A receita mais infalível para acabar com o sentimento prejudicial de se fazer de vítima o tempo todo é olhar a sua volta. Há pessoas que só desejam viver, vencer uma doença, ter algo para comer ou um lugar para morar. Pode parecer piegas, mas é a realidade.
A desvantagem para corrigir esta falha de personalidade é que, geralmente, as pessoas só percebem o que está acontecendo quando já estão no fundo do poço, que ela própria acaba criando. Compreender verdadeiramente a diferença entre essas perspectivas pode mudar sua vida, mesmo que leve anos de esforço.
VIOLENCIA
Será que a violência só acontece quando existe um motivo? Ou o cérebro e genes do ser humano são condicionados a uma busca natural por ela? Muitos pesquisadores já acreditaram na segunda opção. Analisando a pré-história, nossos ancestrais tinham hábitos como canibalismo, por exemplo, mas pesquisas recentes indicam que eles eram mais pacifistas do que o homem atual.
No mundo animal também existe violência, quase sempre relacionada à luta por comida, parceiros sexuais ou território. Os seres humanos, em maior ou menor escala, apresentam essas mesmas características: estudos de 2008 mostram que existem áreas específicas no cérebro para esse fim.
Alguns psicólogos acreditam, por essa razão, que o ser humano é uma das espécies mais violentas do planeta: o mecanismo hormonal responsável por isso é ativado muito facilmente. Mesmo que a situação violenta não tenha uma relação aparente com o instinto de sobrevivência
ROUBO
Já não é algo novo na sociedade a existência dos cleptomaníacos, pessoas que teriam tendência natural ao roubo. Um estudo com 43 mil pessoas descobriu que 11% admitiram já ter roubado uma loja pelo menos uma vez. Mas se esta atitude nem sempre é motivada por necessidade, é preciso que algum fator emocional a explique: a adrenalina da ação, por exemplo.
Uma pesquisa de 2009, conduzida pela Universidade de Minnesota, os participantes foram ministrados ou com um placebo ou com doses de naltrexona, um fármaco que reduz a compulsão por álcool e outros vícios, como drogas e jogo. E o teste mostraria que a substância reduz também a compulsão ao roubo, ou seja, ele também seria uma espécie de vício nocivo instalado em nossas mentes.
Fatores neurológicos à parte, também já foi registrado o ato de roubar no mundo animal. Algumas espécies de macaco usam truques para chamar a atenção dos rivais, tirá-los do lugar onde vivem e roubar a comida deles durante a ausência.
TRAIÇOES
Por que o ser humano, já tendo escolhido um parceiro conjugal, continua sujeito à tendência de procurar outra pessoa? Em cada cinco americanos, um acha que a traição é moralmente aceitável ou que essa atitude nada tem a ver com moral. Alguns estudos lançam um paradoxo: são justamente as pessoas com mais integridade moral, em teoria, que tendem a trair mais.
E qual seria o motivo? Psicólogos explicam que é justamente porque tais pessoas tiram a traição conjugal da esfera da ética. Em alguns casos, alguma condição ou atitude do parceiro traído seria justificativa suficiente para isso. Fatores de gênero e poder também estão envolvidos nessa balança, mas muitos aspectos sobre a traição continuam obscuros.
VICIOS
Todos os fumantes sabem, atualmente, que estão fazendo mal a seus pulmões, e mesmo assim fumam. Mas talvez isso não se explique apenas pela dependência química que a nicotina causa no corpo: fatores psicológicos podem levar as pessoas a manter este e outros maus hábitos de vida. Por que, apesar da consciência do mal, as pessoas buscam justificar suas atitudes (dizendo coisas como: minha avó tem 90 anos e fumou a vida inteira)?
Uma psicóloga canadense, da Universidade de Alberta, elencou cinco razões além da biologia para afirmar porque as pessoas não largam seus vícios. Seriam elas: rebeldia interna natural, necessidade de ser aceito socialmente, incapacidade de realmente compreender os riscos do vício, visão egocêntrica de mundo (algo como não se preocupar com as pessoas que vão sofrer se você morrer) e predisposição genética.
BULLYNG
A palavra que entrou na moda em um passado recente, no Brasil, serve para explicar uma atitude muito antiga: a discriminação. No caso de crianças, psicólogos ainda divergem sobre a origem deste comportamento entre os dois ambientes que elas freqüentam: a família e a escola. A maioria dos educadores acredita que a influência comece em casa, mas em ambos os cenários a criança encontra condições sociais para praticar o bullying.
É claro que esta atitude não se limita às escolas: uma pesquisa afirmou que 30% dos profissionais norte americanos já passaram pela experiência da discriminação no trabalho. Tomando o bullying como uma condição psicológica do ser humano, a maioria dos profissionais acredita que esteja relacionado a questões de status e poder: quando humilhamos uma pessoa, nos colocamos em patamar superior perante o grupo.
ALTERAÇOES ARTIFICIAIS NO CORPO
Quem nunca fez tatuagem já deve estar cansado de ouvir histórias de como é dolorido e de como foram sofridas as horas que a pessoa passou na cadeira da loja para imprimir um desenho na própria pele. Mesmo assim, essa e outras várias mudanças artificiais no corpo continuam atraindo muitos interessados e estão cercadas de fascinação.
Cirurgias plásticas no rosto e no corpo, implantes e adereços pelo corpo fazem parte da história moderna do ser humano. Psicólogos não negam que a principal razão seja mesmo a busca pela beleza e para se ficar mais apresentável na sociedade. Mas não seria apenas isso. A questão, conforme especialistas afirmam, não está apenas na pessoa se sentir bem perante os outros, e sim consigo mesma. Mas uma coisa, obviamente, está ligada à outra.
STRESS
Será que as pessoas têm a escolha de se estressar ou não diante da vida que levam? Muitos estudos já comprovaram que ele piora a saúde em todos os sentidos e podem levar o corpo a um precoce ataque cardíaco ou um até um câncer.
O ambiente do trabalho sempre foi tomado como a maior fonte de stress. E a tecnologia moderna representou, conforme explicam os pesquisadores, uma ameaça em potencial: quanto mais celulares e laptops nós temos, menor fica a linha que separa o trabalho do descanso: levamos trabalho para casa, temos menos tempo para relaxar e acabamos nos estressando mais. As velhas dicas de bom sono, boa alimentação e exercícios físicos regulares ficam cada vez mais válidas diante desta situação.
JOGOS
Não é apenas o ser humano que tem uma impulsão natural a apostar: até os macacos o fazem. Um experimento concluiu que os primatas se sujeitaram a testes contínuos para conseguir um prêmio, no caso uma tigela de suco de frutas. E se tinham a oportunidade de conseguir um pouco mais, mesmo arriscando perder o que já tinham, eles tentavam. Mas como surge essa tendência?
Psicólogos afirmam que o nosso cérebro tente a acreditar nas próprias vitórias. Logo, quando a gente vence por muito pouco, não pensa nisso como uma quase-derrota e que as chances de perda eram muito maiores do que a de ganho. Pensamos que a vitória deve ser repetida, por isso vamos novamente ao jogo sem pensar nas consequências. Muitas histórias de fortunas perdidas em cassinos, por exemplo, foram motivadas por este simples mecanismo mental.
FOFOCAS
O que a vida alheia tem de tão interessante, que nos torna atraídos a falar dela várias vezes e com muitas pessoas? As fofocas criam laços pessoais. Ela é usada socialmente, conforme explicam os especialistas, para aproximar duas pessoas que não gostam de uma terceira.
Os psicólogos pensam na boataria como um dos fatores mais destrutivos porque ela está atrelada a outros: quem fofoca nem sempre tem compromisso com a verdade, e a vida dos outros pode ganhar uma versão totalmente distorcida na boca do interlocutor.
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