domingo, 31 de março de 2013

O que ajuda a envelhecer mais rápido.


cigarro: O cigarro diminui a oxigenação da pele. Quanto maior o consumo de cigarro, maior o desgaste. O resultado pode ser uma pele grossa, amarelada, sem viço e opaca por causa da nicotina. O cigarro também pode provocar flacidez, rugas ao redor dos lábios (por causa do ato de sugar) e ao redor dos olhos (pelo ato de fechar os olhos parcialmente para proteção contra a fumaça).
  Sol: O sol é um dos piores inimigos da pele e responsável por manchas e pelo envelhecimento precoce. Um dos piores hábitos para o prejuízo da pele é não usar protetor solar, o que pode causar o fotoenvelhecimento e as manchas, as sardas, a flacidez, a pele áspera e as rugas. O protetor nunca deve ser menor que 30 para rosto, colo, pescoço e mãos (regiões da pele mais sensível) e deve ser de pelo meno 15 para o restante do corpo.
 Dormir mal: É durante o sono que nosso corpo produz hormônios “rejuvenescedores”, como a melatonina. Este hormônio funciona como um “calmante reparador” natural. A falta de sono provoca estresse e não permite que o organismo descanse. Como resultado você terá uma pele sem viço e pode desenvolver olheiras.
Estresse: O estresse emocional libera corticoide e adrenalina, por exemplo, alterando os hormônios.Isso pode se refletir na pele, tornando-a mais oleosa e acneica. Além disso, o estresse também diminui as defesas naturais e predispõe a pele à doenças e infecções como herpes, alergias, erupção cutânea e psoríase.
Poluição: A absorção pela pele de gases nocivos encontrados no ar poluído acabam por formar uma película de toxinas. Isso aumenta as reações de oxidação e formação de radicais livres que agridem a pele. As células da pele são envelhecidas pelo processo natural de oxidação que acontece no organismo, e o excesso de poluição acelera esse processo. É preciso proteger a pele com protetor solar, hidratante e higienização para eliminar as impurezas do dia-a-dia.
Sedentarismo: Esse é um hábito terrível não só para a sua pele, mas também para o corpo. A prática de atividades físicas melhora a circulação sanguínea da pele e, com isso, previne o envelhecimento. A prática regular de exercícios ajuda o o metabolismo do organismo e combate o estresse, melhorando o seu dia-a-dia. Além disso, combate a flacidez, a celulite e a gordura localizada.
 Não beber água: A falta de ingestão de água é inimiga da pele e traz, como conseqüência, flacidez e a falta de viço. Caso você tenha dificuldade em tomar água, não deixe de considerar o consumo de outras fontes de líquido como frutas, leite, sucos café. 
Não usar hidratante: Hábitos de cuidados com a pele como a limpeza de pele e a hidratação devem ser incorporados a essa rotina. Há hidratantes especiais para cada tipo de pele. Identifique a qual grupo pertence a sua e hidrate-a com o produto apropriado. A falta de hidratação adequada traz como consequência o ressecamento e, depois disso, a formação de rugas precoces.
Consumir açúcares e gordura: Quando consumimos muito açúcar, provocamos ligações cruzadas de colágeno com açúcar. O açúcar prejudica o colágeno, que é uma proteína que dá elasticidade e viscosidade à pele. Essa desestruturação do colágeno provoca a perda de elasticidade da pele. Daí para o aparecimento das rugas é um pulinho. Quando ingerimos os alimentos com alto índice glicêmico ou gordurosos, fazemos com que o organismo estoque gordura. A gordura estocada estimula a produção de radicais livres, que são substâncias inflamatórias. Traduzindo: vai gerar gordura localizada e celulite no seu corpo. 
Alimentar-se inadequadamente: O correto é procurar ter uma alimentação equilibrada, ricas em antioxidantes, com vegetais, frutas, legumes, cereais e hortaliças. Alimentos antioxidantes neutralizam a ação dos radicais livres, os maiores ofensores da pele. Mantenha uma dieta equilibrada, controle o excesso de sal e massas na dieta e mantenha em alta o consumo de fibras.

quinta-feira, 14 de março de 2013

MARCA DE NASCENÇA




Há duas categorias principais: pigmentadas e vermelhas.Muitos bebês possuem marcas de nascença. Algumas surgem nas primeiras semanas de vida e podem aparecer nas cores vermelha, rosa, marrom, bronze ou azul. Não há como prevenir as marcas de nascença. Elas não são herdadas e muito pouco se sabe sobre como elas acontecem. A maioria é benigna e desaparece nos estágios iniciais da infância. Algumas, no entanto, podem causar problemas estéticos ou até mesmo ser precursoras do câncer.
  • Marcas de nascença vermelhas podem variar de minúsculos pontos rosados a marcas de um vermelho profundo.
    São causadas por vasos sangüíneos muito próximos à superfície da pele, sendo também chamadas de marcas de nascença vasculares. Apresentam dois tipos: maculares e hemangiomas.
    • Maculares -  conhecidas como mordidas da cegonha ou beijos de anjos. São extremamente comuns em recém-nascidos, sendo causadas por capilares (pequenos vasos sangüíneos) visíveis através da pele. Essas marcas minúsculas e rosadas são encontradas, na maioria das vezes, na testa, pálpebras e na parte posterior do pescoço. Não requerem tratamento e costumam desaparecer à medida que o bebê cresce.
    • Hemangiomas - conhecidos como marcas de nascença de morango, também são muito comuns. A maioria é pequena e inofensiva. A cor vermelha e a aparência levemente elevada são causadas por um grande número de vasos sangüíneos amontoados na superfície da pele. Eles costumam aparecer ao redor do rosto, pescoço, couro cabeludo ou peito e são mais comuns em mulheres. Quase todos os hemangionas somem até os 9 anos de idade.
      Hemangiomas maiores são conhecidos como hemangiomas cavernosos. Eles parecem com uma massa vermelha ou azul de tecido preenchido com sangue. Algumas dessas lesões desaparecem durante o desenvolvimento da criança.
      As manchas mongólicas ou nevus azuis são marcas de nascença comuns, especialmente em bebês com pigmentação de pele mais escura, como os afro-americanos, asiáticos e hispânicos. São menos comuns nos bebês caucasianos. As manchas mongólicas aparecem como manchas de cor azul ou cinzenta e, geralmente, aparecem na zona lombar e nas nádegas e, por vezes, em outras áreas, incluindo a parte superior das costas, os ombros, os braços e as pernas. São causadas por células da pele produtoras de pigmento que não se localizam na posição normal durante o desenvolvimento. O pigmento nas células reflete a luz que brilha sobre a pele, dando às manchas a cor azul acinzentada. As manchas mongólicas são inofensivas e desvanecem por si próprias com o tempo. Normalmente desaparecem por completo ao fim de alguns anos, pelo que não precisam de tratamento.
      A marca de nascença normalmente conhecida como mancha do porto é um hemangioma sem elevação ou nevus flammeus. Ele ocorre na proporção de 3 para cada mil crianças. Esse tipo de hemangioma se apresenta como uma mancha púrpura, causada por capilares sangüíneos dilatados. Costumam ocorrer no rosto e ser permanentes. Marcas de nascença não costumam receber tratamento médico, mas algumas vezes são abertas exceções para os casos de nevus flammeus grandes. Além de cosméticos para ocultar a mancha, as opções de tratamento incluem crioterapia, remoção cirúrgica ou cirurgia a laser.
  • Marcas de nascença pigmentadas são áreas em que a cor é diferente da cor do restante da pele.
    Popularmente chamadas de "cafe-au-lait" (já que costumam ser manchas de cor marrom claro, parecendo café com leite), são manchas consideradas normais e não indicam nenhum tipo de problema. No entanto, se houver várias manchas maiores do que uma moeda de 1 real, pode ser uma indicação de neurofibromatose, doença genética que causa o crescimento anormal de células do tecido nervoso e devem ser examinadas por um médico.
    Algumas vezes, verrugas chamadas de nevus aparecem após o nascimento, mas não trazem problema nenhum. Mas nevipresentes no nascimento podem indicar um risco maior de câncer de pele (melanoma), especialmente se as verrugas forem muito grandes. Esse é um tipo de marca de nascença que deve ser observado cuidadosamente por um médico ao longo do tempo.
    Crianças com coloração de pele mais escura podem ter uma marca de nascença chamada de mancha mongol. São azuladas, normalmente na parte inferior das costas ou nas nádegas, parecidas (e algumas vezes confundidas) com ferimentos. Elas costumam desaparecer com o tempo.

Bullyng


Risadas, empurrões, apelidos como “bola”, “magricela”, “quatro olhos”. Todos nós já testemunhamos essas “brincadeiras” ou fomos vítimas delas. Acontece, que hoje isso não é mais uma brincadeira de criança, é crime, e tem nome: Bullying. 

“O bullying é um tipo de provocação ou agressão como caçoada, ridicularização por apelidos referentes à aparência física ou outra característica da vítima, que é infringida/perpetrada por um ou mais indivíduos de modo frequente e prolongado. A agressão pode ser física também como empurrões, esbarrões etc” explica a psicóloga Maria Isabel Leme, docente do Departamento de Psicologia da Aprendizagem, do Desenvolvimento e da Personalidade, do IIPUSP. 

As agressões podem ocorrem em vários locais, mas o mais comum é nas escolas. A adolescente Juliana, de 13 anos, (o nome da personagem foi alterado) já esta a mais de um mês sem ir ao colégio por sofrer frequentes agressões de seus colegas de sala “eu vou a escola e todo mundo fica me chamando de feia, nariguda e magricela. Sem contar que várias vezes os meninos da minha sala já me bateram. Eles vivem me dando empurrões nos corredores da escola”. 

O caso foi levado a direção do colégio, que puniu os agressores, mas eles não pararam “minha filha voltava da escola chorando todos os dias e passou a ter um comportamento agressivo com os irmãos. Quando me dei conta do que estava acontecendo procurei a escola e pedi providências. Como as coisas não se resolveram vamos mudá-la de colégio”, diz Ana Lucia, mãe da vitima. 

Em alguns casos as agressões tomam proporções muito maiores do que imaginamos. No caso de Pedro, de 15 anos, (o nome do personagem foi alterado) as agressões caíram na rede mundial de computadores. 

Colegas de sala criaram perfis falsos em diversos sites de relacionamento ridicularizando o adolescente por seu jeito de se vestir “na sala de aula eles sempre tiravam sarro do meu cabelo, minhas calças coloridas e as musicas que eu ouvia, mas eu nunca liguei muito. Mas agora a coisa fugiu do meu controle. Eles fizeram montagens com a minha foto como se eu tivesse beijando um outro menino e mandaram pra todo mundo da escola. Sem contar nos perfis falsos no twitter e no orkut. Depois disso, as pessoas passaram a me bater e me ameaçar de morte” conta Pedro. 

Por conta dessas agressões, o garoto teve que mudar de escola e se submeter a um tratamento psicológico cognitivo-comportamental, que ajuda a vitima a aprender se defender. 

Alguns casos de bullying tomaram conta dos noticiários. Em maio desse ano a Justiça obrigou os pais de um aluno do Colégio Santa Doroteia, de Belo Horizonte a pagar uma indenização de R$ 8 mil a uma garota de 15 anos por conta de bullying. Os pais da menina alegaram que procuraram a escola, mas não conseguiram resolver a questão. O juiz relatou que as atitudes do adolescente acusado pareciam não ter "limite" e que ele "prosseguiu em suas atitudes inconvenientes de intimidar", o que deixou a vítima, triste, estressada e emocionalmente debilitada. 

Outro caso extremo de bullying foi o de um aluno do oitavo ano chamado Curtis Taylor, numa escola secundária em Iowa, Estados Unidos, que foi vítima de bullying contínuo por três anos, o que incluía alcunhas jocosas, ser espancado num vestiário, ter a camisa suja com leite achocolatado e os pertences vandalizados. Tudo isso acabou por o levar ao suicídio em 21 de Março de 1993. 

Diante de tudo isso fica claro que há muito tempo os apelidos, as risadas e agressões gratuitas e “imaturas” pararam de ser brincadeira de criança e se tornaram crime. Você pode, e deve, denunciar.
    No uso coloquial entre falantes de língua inglesa, bullying é frequentemente usado para descrever uma forma de assédio interpretado por alguém que está, de alguma forma, em condições de exercer o seu poder sobre alguém ou sobre um grupo mais fraco. O cientista sueco - que trabalhou por muito tempo em Bergen (Noruega) - Dan Olweus define bullying em três termos essenciais:

    1 - O comportamento é agressivo e negativo;
    2 - O comportamento é executado repetidamente;
    3 - O comportamento ocorre num relacionamento onde há um desequilíbrio de poder entre as partes 
    envolvidas.

    O bullying pode ocorrer em situações envolvendo a escola ou faculdade/universidade, o local de trabalho, os vizinhos e até mesmo países. Qualquer que seja a situação, a estrutura de poder é tipicamente evidente entre o agressor (bully) e a vítima.

    Para aqueles fora do relacionamento, parece que o poder do agressor depende somente da percepção da vítima, que parece estar mais intimidada para oferecer alguma resistência. Mas, a vítima geralmente tem motivos para temer o agressor, devido às ameaças ou concretizações de violência física/sexual, ou perda dos meios de subsistência.

    A legislação jurídica do estado de São Paulo define bullying como atitudes de violência física ou psicológica, que ocorrem sem motivação evidente praticadas contra pessoas com o objetivo de intimidá-las ou agredi-las, causando dor e angústia.

    Os atos de bullying configuram atos ilícitos, não porque não estão autorizados pelo nosso ordenamento jurídico mas por desrespeitarem princípios constitucionais (ex: dignidade da pessoa humana) e do Código Civil, que determina que todo ato ilícito que cause dano a uma pessoa gera o dever de indenizar.

    A responsabilidade pela prática de atos de bullying pode se enquadrar também no Código de Defesa do Consumidor, tendo em vista que as escolas prestam serviço aos consumidores e são responsáveis por atos de bullying que ocorram nesse contexto.
    Pesquisas indicam que adolescentes agressores têm personalidades autoritárias, combinadas com uma forte necessidade de controlar ou dominar. Também tem sido sugerido que um deficiente em habilidades sociais e um ponto de vista preconceituoso sobre subordinados podem ser fatores de risco em particular.

    Estudos adicionais têm mostrado que enquanto inveja e ressentimento podem ser motivos para a prática do bullying, ao contrário da crença popular, há pouca evidência que sugira que os bullies (agressores) sofram de qualquer déficit de auto-estima. Outros pesquisadores também identificaram a rapidez em se enraivecer e usar a força, em acréscimo a comportamentos agressivos, o ato de encarar as ações de outros como hostis, a preocupação com a auto-imagem e o empenho em ações obsessivas ou rígidas.

    É freqüentemente sugerido que os comportamentos agressivos têm sua origem na infância, e se esse comportamento agressivo não é desafiado nessa etapa, há o risco de que ele se torne habitual. Realmente, há evidência documental que indica que a prática do bullying durante a infância põe a criança em risco de comportamento criminoso e violência doméstica na idade adulta.

    O bullying não envolve necessariamente criminalidade ou violência. Por exemplo, o bullying frequentemente funciona através de abuso psicológico ou verbal.
    Os bullies usam principalmente uma combinação de intimidação e humilhação para atormentar os outros. Abaixo, alguns exemplos das técnicas de bullying:

    - Insultar a vítima; acusar sistematicamente a vítima de não servir para nada.

    - Ataques físicos repetidos contra uma pessoa, seja contra o corpo dela ou propriedade. Interferir com a propriedade pessoal de uma pessoa, livros ou material escolar, roupas, etc, danificando-os

    - Espalhar rumores negativos sobre a vítima.

    - Depreciar a vítima sem qualquer motivo.

    - Fazer com que a vítima faça o que ela não quer, ameaçando a vítima para seguir as ordens.

    - Colocar a vítima em situação problemática com alguém (geralmente, uma autoridade), ou conseguir uma ação disciplinar contra a vítima, por algo que ela não cometeu ou que foi exagerado pelo bully.

    - Fazer comentários depreciativos sobre a família de uma pessoa (particularmente a mãe), sobre o local de moradia de alguém, aparência pessoal, orientação sexual, religião, etnia, nível de renda, nacionalidade ou qualquer outra inferioridade depreendida da qual o bully tenha tomado ciência.

    - Isolamento social da vítima.

    - Usar as tecnologias de informação para praticar o cyberbullying (criar páginas falsas sobre a vítima em sites de relacionamento, de publicação de fotos etc).

    - Chantagem.

    - Expressões ameaçadoras.

    - Grafitagem depreciativa.

    - Usar de sarcasmo evidente para se passar por amigo (para alguém de fora) enquanto assegura o controle e a posição em relação à vítima (isto ocorre com freqüência logo após obully avaliar que a pessoa é uma "vítima perfeita").

    - Fazer que a vitima passe vergonha na frente de várias pessoas
Verbal: chamar nomes, ser sarcástico, lançar calúnias ou gozar com alguma característica particular do outro (“gordo”, “caixa de óculos”,…)
Físico: puxar, pontapear, bater, beliscar ou outro tipo de violência física
Emocional: excluir, atormentar, ameaçar, manipular, amedrontar, chantagear, ridicularizar, ignorar
Racista: toda a ofensa que resulte da cor da pele, de diferenças culturais, étnicas ou religiosas
Cyberbullying: utilizar tecnologias de informação e comunicação (internet ou telemóvel) para hostilizar, deliberada e repetidamente, uma pessoa, com o intuito de a magoar

FANATISMO


Em nossa época, supostamente dominada pela ciência e pela tecnologia, o fanatismo parece ser uma reação made in recalcado do inconsciente da humanidade. Fanatismo, vem do latim fanaticus, quer dizer "o que pertence a um templo", fanum. O indivíduo fanático  ocupa o lugar de escravo diante do senhor absoluto, que, pode ser uma divindade, um líder mundano, uma causa suprema ou uma fé cega. O fanatismo é alimentado por um sistema de crenças absolutas e irracionais  que visa  servir  à um ser  poderoso empenhado na luta contra o Mal.Ou seja, o fanático acha que pode exorcizar pessoas e coisas supostamente possuídas pelo demônio" "combater as forças do Mal" ou "salvar a humanidade" do caos.
Tendo origem no dogma religioso, o fanatismo não se restringe a esse campo único; existe fanatismo por uma raça, um time de futebol, por um partido político, sobretudo por ideologias revolucionárias quando extrapolam a dimensão racional, sentindo-se guiada pela "fantasia da escolha divina".  Foi fanatismo religioso que fez muitos seguirem Jin Jones (Templo do Povo), Asahara (Verdade suprema), David Koresh (Ramo davidiano), Jo Dimambro (Templo Solar) e tantos outros místicos ou charlatães que terminaram causando tragédias coletivas, noticiadas no mundo todo. A história conheceu também os histerismos coletivos da "caça as bruxas", a perseguição aos negros, índios, comunistas, homossexuais, prostitutas.  O movimento da Jihad islâmica contra os "infiéis do ocidente" e a "guerra aos terroristas" do ocidente cristão, demonstram que o fanatismo está vivo e atuante em nossa época supostamente "científica" e "tecnológica". Precisamos admitir que, a história da humanidade é também a história dos vários fanatismos dominando grupos humanos, sempre com conseqüências trágicas. Esse pedaço da história renegado nos causa vergonha, medo e sinalizam alertas para possíveis efeitos negativos no rumo da civilização.
Como dissemos, o fanatismo atua para além do efeito religioso, mas não extrapola ao campo ideológico como um todo. Há fanatismo entre crentes de todo o tipo, do menos ao mais irracional. Mas, não existe fanatismo racional, em que pese o fato de um certo tipo de razão (instrumental, cínica, etc) também ter cometidos os seus desatinos e crimes Assim, para o fanático religioso, não basta adorar um Deus visto como Senhor absoluto, é necessário ser soldado dele na terra, lutar pela causa superior, pregar, exorcizar, forçar os "infiéis" ou "divergentes" à conversão absoluta, à qualquer preço. O fanático está sempre disposto a dar provas do quanto sua causa suprema vale mais do que as próprias vidas: dele, de sua família ou mesmo de toda a humanidade. Ele mata por uma idéia e igualmente morre por ela.
Os sintomas do fanatismo
Os sintomas do fanatismo, em grupo, são: orações, privações, peregrinações, jejum, discursos monológicos e martírios que podem terminar com o sacrifício da própria vida visando salvar o mundo das "trevas" ou do que ele entende ser "o mal".
O fanático não fala, faz discursos; é portador de discursos.prontos cujo efeito é a pregação de fundo religioso ou ainculcação política de idéias que poderá vir a se tornar ato agressivo ou violento, tomado sempre como revelação da "ira de Deus" ou "a inevitável marcha da história" ou, ainda, a suposta "superioridade de uns sobre os demais". Faz discursos e não fala, porque enquanto a fala é assumida pelo sujeito disposto ao exercício do diálogo, da dialética, do discernimento da verdade, os discursos - especialmente o discurso fanático - fazem sumir os sujeitos para que todos virem meros objetos de um desejo divinizado; servir ao desejo divino e à produção da repetição de algo já pronto, onde o retorno do recalcadodo sujeito faz do Eu (ego) um porta-voz de um sistema de crenças moralistas carregado de ódio em relação ao suposto inimigo ou adversário que precisa ser destruído para reinar o Bem.
Os textos sagrados, tomados literalmente, fornecem a sustentação "teórica" do discurso fundamentalista religioso; com ele, o indivíduo acredita, a priori, estar de posse de toda a verdade e por isso não se dá ao trabalho de levantar possíveis dúvidas, como confrontar com outro ponto de vista, ou desvelar outro sentido de interpretação, ou ainda, contextualizá-lo, etc. O fanático tem certeza e isso lhe basta. Creio porque é absurdo, já dizia Tertuliano. Certeza para ele é igual averdade. (Segundo Popper, no campo científico, a certeza nada vale porque é "raramente objetiva: geralmente não passa de um forte sentimento de confiança, ou convicção, embora baseada em conhecimento insuficiente", já a verdade tem estatuto de objetividade, na medida em que "consiste na correspondência aos factos", na possibilidade da discussão racional com sentido de comprovação. (Popper, 1988, p. 48).
O problema da religião não é a paixão "fé", mas a inquestionalidade de seu método. O método de qualquer religião traz uma certeza divulgada em forma de monólogo, jamais de diálogo ou debate de idéias. O pastor, padre, rabino, ou qualquer pregador de rua, vivem o circuito repetitivo do monólogo da pregação; acreditam que "vale tudo" para difundir a "verdade única" que o tocou e o transformou para sempre! O estilo fanático usa e abusa do discurso monológico delirante, declarações, comunicados, que jamais se voltam para  escuta ou o diálogo, exercício esse que faria emergir a verdade - não a "certeza".
Psicopatologia do fanatismo
Do ponto de vista psicopatológico, todo fanatismo parece ter relação com a fuga da realidade.  A crença cega ou irracional parece loucura quando se manifesta em momentos ou situações específicas, porém se sua inteligência não está afetada, o fanático aparentemente é um sujeito normal. No entanto, torna-se um ser potencialmente explosivo, sobretudo se o fanatismo se combinar com uma inteligência  tecnologicamente preparada. Fanático inteligente é um perigo para a civilização. O terrorismo, por exemplo, que atua com a única meta de destruir inimigos.aleatórios é realizado por indivíduos fanáticos cuja inteligência é instrumentada apenas para essa finalidade. No terrorismo é uma das expressões do fanatismo combinado com uma inteligência tecnológico, mas totalmente incapaz de exercitá-la por meios mais racionais, políticos e legais. Para o terrorismo sustentado no fanatismo, os inocentes devem pagar pelos inimigos; a destruição deve ser a única linguagem possível e a construção de um novo projeto político-econômico, não está em questão, porque a realidade no seu todo é forcluída..
O fanatismo parece surgir de uma estrutura psicótica. O fato do sujeito se ver como o único que está no lugar de certeza absoluta, de "ter sido escolhido por Deus para uma missão "x", já constitui sintoma suficiente para muitos psiquiatras diagnosticarem aí uma loucura ou psicose. Mas, seguindo o raciocínio de Freud, vemos que "aquilo que o psicótico paranóico vivencia na própria pele, o parafrênico experiência na pele do outro"  , ou seja, somos levados a supor que o fanatismo está mais para a parafrenia que para a paranóia. Hitler, antes considerado um paranóico, hoje é mais aceito enquanto parafrênico  , pois seus atos indicam sua idéia fixa pela supremacia da raça ariana e a eliminação dos "impuros"; mais ainda, o gozo psíquico do parafrênico não se limita "ser olhado" ou "ser perseguido", tal como acontece com paranóicos, mas sim se desenvolve "uma ação inteligente de perseguição e extermínio de milhares de seres humanos", donde extrai um quantum de gozo sádico. Portanto, deve existir membros de um grupo de fanáticos paranóicos, mas certamente o pior fanático é o determinado pela parafrenia, pois visa de fato destruir em atos calculados "os impuros", "os infiéis", enfim, todos os que não concordam com ele.
Hitler e seus comparsas usaram de inteligência para inventar e administrar a chamada "solução final" contra os judeus, porém, antes de ser este um fato criminoso era uma exigência interna de seu próprio psiquismo. Na parafrenia vigora a compulsão de observar e atuar o ser do Outro como alimentador de seu delírio interno. O parafrênico "faz acting out em nome de..." e jamais assume seu ato criminoso, pondo a responsabilidade em alguém que para ele encarna o "mal". Para sua "lógica", as vítimas são os únicos responsáveis. É curioso observar que ontem os judeus se agarravam ao sacrifício do holocausto como modo de explicação da tragédia em que eram vítimas, mas hoje a ultra direita israelense, no poder, parece resgatar dos nazistas essa terrível idéia da "solução final" contra os palestinos. "Quem lutou muito contra dragão, também vira dragão", diz um antigo provérbio chinês.
Os fanáticos pela "solução final" dos judeus, no Julgamento de Nuremberg, não se consideravam culpados ou com remorsos pelo extermínio coletivo. Goering, considerado o segundo homem depois de Hitler, tentou se defender segundo o princípio de sua lealdade e fidelidade para com o Führer; "cumprira ordens" e "nenhuma vez ele se considerou um criminoso. Eis a "razão cínica": a culpa pelo genocídio era dos próprios judeus gananciosos por dinheiro, não de seus carrascos nazistas. Os israelenses da "era Sharon" também não se responsabilizam pelos atos criminosos de Israel contra os palestinos generalizados como terroristas.
Se no fanatismo o sujeito inexiste para dar lugar ao Senhor absoluto e maravilhoso, então faz sentido não assumir a sua própria responsabilidade, porque ela é "obra do Senhor" [Werk de herrn.], "o Senhor quer que eu faça", "foi a mão de Allah" etc. São mais do que frases, são efeitos de uma poderosa "fantasia da eleição divina" [sic!] onde o sujeito é nadificado para dar lugar ao discurso delirante da salvação messiânica . O mundo fanático foi dividido entre "os eleitos" e os que continuam nas trevas e que precisam ser salvos ou serem combatidos por todos os meios, pois "são forças do mal".
O famoso caso Schreber, analisado por Freud , que acreditava ter recebido um chamado de Deus para salvar o mundo, que lhe era transmitido por uma linguagem particular - só entre ele e Deus - , tornou-se o modelo psicanalítico para se pensar a relação loucura e fanatismo. Como já dissemos, o fanatismo é sustentado por sistema de crença delirante, psicótico, dominado por uma autoridade absoluta e invisível (Deus ou a causa da "supremacia da raça ariana", ou a "missão do povo judeu", ou "a Jihad islâmica", "ou salvar o mundo do diabo", enfim, um significante posto no lugar "absoluto" que comanda a ação do grupo fanático,etc). Segundo a psicanálise, isso poderia apontar para a hipótese de um "complexo paterno" de origem.
A leitura lacaniana fala de "um buraco no Nome-do-Pai, que produz no sujeito um buraco correspondente, no lugar da significação fálica, o que provoca nele, quando é confrontado com essa significação fálica, a mais completa confusão. É isso que desencadeia a psicose de Schreber, no momento em que ele próprio é chamado a ocupar uma função simbólica de autoridade, situação à qual só teria podido reagir com manifestações alucinatórias agudas, às quais a construção de seu delírio iria pouco a pouco fornecer uma solução, constituindo, no lugar da metáfora paterna fracassada, uma "metáfora delirante", destinada a dar um sentido àquilo que, para ele, era totalmente desprovido de sentido" .
Os primeiros sintomas de fanatismo e suas estratégias de sedução
O início de qualquer fanatismo consiste, em primeiro, reconhecermos um sujeito ou grupo estarem convictos, quando julgam de posse de uma certeza que recusa o teste da realidade. Nietzsche dizia que "as convicções são piores inimigas da verdade do que as mentiras", porque quem mente sabe que está mentindo, mas quem está convicto não se dá conta do seu engano. "O convicto sempre pensa que sua bobeira é sabedoria"  . Até no campo científico, há cientistas correndo o perigo de tornar-se convictos de suas teses. Edgar Morin analisa que quando algumas idéias se tornam supervalorizadas e adquirem um caráter de grandiosidade e absolutismo tendem a levar os seus sujeitos a abdicarem de seu raciocínio crítico e se tornarem meros objetos dessas idéias. Indivíduos assim submetidos a tão grandes idéias, fazem qualquer coisa para "salva-las" de um possível furo de morte; elas funcionam como muleta existencial. Isso acontece principalmente no meio religioso, mas também pode ocorrer nos meios político, filosófico  e científico. 
O segundo sinal do fanatismo é quando alguém quer impor a todos de modo tirânico a "verdade" única extraída de sua inspiração ou crença absoluta. Pretende assim a uniformização via linguagem, através de aparência física, rituais e slogansdo tipo: "O único Deus é Allah", "só Cristo salva", "Jesus Cristo é o Senhor", "somos o Bem contra o Mal", "Em nome do Senhor Jesus eu ordeno..." São expressões de caráter estereotipado, sustentado por uma "estrutura de alienação do saber", onde o discurso passa a falar sozinho, é uma resposta que está no gatilho, pronta para qualquer emergência que o sujeito não quer pensarObservem o caráter tirânico, narcisista e excludente dessas afirmativas. Todos possuem uma visão que nega outros modos de crer e pensar. O mesmo acontece nos auto-elogios das pessoas de raça branca e o desprezo pelas outras como proclamam os fanáticos da extrema direita, nas ações violentas de uma torcida sobre a outra, todos, sinalizam que o indivíduo se rende ao grupo e este "a causa". Os recém convertidos de qualquer seita religiosa ou política estão sempre convictos que, finalmente, contemplam a verdade e essa tem que ser imposta a todos, custe o que custar.
O terceiro indicativo de fanatismo, já dissemos, é quando uma pessoa passa a colocar uma causa suprema (podendo esta ser justa ou delirante) acima da vida dela e dos outros.
Quarto, quando um indivíduo e/ou grupo se isolam da convivência familiar e social e adotam um modo de vida narcísico.(no igual modo de vestir, de cortar ou não cortar o cabelo, no jeito de falar, nas regras de comer, na ritualística, etc), enfim, quando uniformizam seu discurso, gestos, postura, atitudes em geral e punem os que se recusam a seguir as regras impostas. Entrar para um grupo de fanáticos implica em renunciar: pai, mãe, os filhos, os amigos, o lugar onde viveu, o trabalho, enfim, os membros são persuadidos a matarem os vestígios simbólicos da vida anterior para fazer renascer a vida em outra base moral e de fé.
Quinto, quando o indivíduo e/ou grupo perdem o bom-senso na lógica da comunicação e nas ações do cotidiano. O discurso passa a ser repetitivo e estranho à vida comum.
O sexto indício de fanatismo é quando se perde o sentido de respeito e humanidade para com os diferentes, em nome de uma causa transcendente.
psicólogo francês, J-M. Abgrael, resume o método de doutrinação fanática em 3 etapas: 1osedução das pessoas para a "causa"; 2o) destruição da antiga personalidade, eliminação dos elos familiares, sociais e profissionais e 3o)construção de uma nova personalidade "renascida" ou "renovada", de acordo com o modelo e as regras da seita. Geralmente essa passagem da vida normal para a vida "renovada", há um ritual, algum tipo de batismo, onde se inicia a adoção de um novo nome, novos hábitos, apresentação de novas "famílias". Sentir-se incluso num grupo "de irmãos" ou "de luta pela causa" "é como estar apaixonado; surge uma sensação maravilhosa, tudo passa a fazer sentido na vida, a pessoa se sente acolhida e imensamente alegre". O indivíduo passa a se ver se modo especial, diferente dos demais para realizar a missão elevada; se vê inundado por um sentimento grandioso que Freud chama de "sentimento oceânico". Imagine um indivíduo desesperado, desgarrado de seu grupo social, sem uma forte identidade psicossocial cuja vida perdeu o sentidoao ser acolhido em um grupo fanático, recebe mensagens confortadoras, do tipo: "nós amamos você", "você é muito importante para o projeto de Deus", "você faz parte de nossa vida", "Deus te ama", etc Diz P. Demo (2001) "o sentimento de ser amado, move o entusiasmo mais do de qualquer coisa".
Faz parte da estratégia para atrair pessoas para novas seitas e igrejas, investir em programas produzidos para solitários que sofrem insônia e depressão nas madrugadas. Os desesperados sentem-se acolhidos com tais palavras mágicas e facilmente se sentem inclusos e maravilhados pela ilusão de nova vida e sentimento extremo de felicidade,  numa igreja em que o fanatismo é o seu ponto cego.
Todo fanático é intolerante.
fanatismo é a intolerância extrema para com os diferentes. Um evangélico fanático é incapaz de diálogo e respeito para com um católico ou um budista. Um fanático de direita não quer diálogo com os de esquerda. Organizações como a Ku Klux Klan são intolerantes igualmente com negros adultos, mulheres e crianças. Por isso se diz que há em cada fanático um fascista camuflado, pronto para emergir em atos de exclusão e eliminação.
semiólogo e filósofo italiano, Umberto Eco, reconhece que o protofascismo está presente nos movimentos fanáticos. No campo político, não importa auto denominar-se de "esquerda" ou de "direita" pode existir um protofascismo. No fundo os atos terroristas são produzidos e sustentados por fanatismos de inspiração místico-fascista incapazes de diálogo ou argumento racional que esclarece sua causa objetiva. Não é sem sentido que os atos terroristas deixaram de dizer algo pela palavra e passaram a ser apenas o ato, o acting out.  S. P. Rouanet diz que "os terroristas são agentes de uma ideologia religiosa extrema direita ... que funciona como ópio do povo..." (A coroa e a estrela, FSP, Mais!, 18/11/01)
O fascismo, tanto o de Estado dos fundamentalistas religiosos, como o que está pulverizado nos atos do cotidiano das relações humanas, é fanático porque desrespeita, desconsidera, é intolerante quanto ao modo de ser, pensar e agir do outro , é tradicionalista-fundamentalista.  Enquanto o fascista "quer o poder pelo poder", há o fanático "autêntico" que anseia dominar o mundo com sua crença, e o "fanático terrorista" que "deseja apenas destruir a estrutura de sustentação do inimigo". Mas, ambos, o fascismo e o fanatismo não são compatíveis com a democracia. Ambos pregam intolerância multirreligiosa, a intolerância multicultural e multirracial e usam o espaço de liberdade democrática para espalhar o seu ódio e sua crença.
sentimento que no fundo sustenta o fanatismo e o fascismo não é a fé, nem o amor [Eros], mas o ódio [Thanatos] e a intolerância. O desejo do fanático "autêntico" é dominar o mundo com seu sistema de crença cheio de certeza. No plano psíquico, o lugar do recalque torna-se depósito de ódio e desejo de eliminar todos os que atrapalham o seu ideal de sociedade. Certa dose de paciência doutrinada o faz esperar-agindo para que a "idade de ouro puro" possa um dia acontecer. 
São tão fanáticos os terroristas-suicidas muçulmanos como os fundamentalistas cristãos norte-americanos que atacam clínicas de abortos, perseguem homossexuais, proíbem o ensino da teoria evolucionista de Darwin, obrigando aos professores ensinarem a doutrina criacionista tal como está na Bíblia, ou ainda, os protestantes da Irlanda do Norte que atacam crianças católicas ou os bascos que querem ser um país independente a qualquer preço, por meio do terror.
Alguns personagens "messiânicos" de nosso tempo, como Hitler, Idi Amin, Reagan, G. W. Bush, Sharon, os grupos dos martírios suicidas do Oriente Médio, entre outros, tem algo em comum: cada um se sente o escolhido para cumprir uma especial missão.Hitler discursou que "as lágrimas da guerra preparariam as colheitas do mundo futuro". G. Bush, na sua ânsia de guerra contra o ditador S. Hussein, não estaria delirando no mesma linha ? Não é sem sentido que os EUA, tem sido o solo fértil de seitas cristãs fanáticas. Uma delas, A Casa dos Filhos de Jeová, torce para o mundo se acabar logo, porque seus membros acreditam que depois surgirá uma nova civilização do Bem.
Fanáticos e suicidas carecem de humor
fanatismo parece ser uma doença contagiosa, pois tem o poder de atrair adeptos geralmente em crise profunda de vida pessoal. Fanáticos e suicidas tem em comum a falta de humor e o desapego pela própria vida. A certeza cega tira-lhes o humor e os colocam no caminho do sacrifício místico.
O escritor e pacifista israelense, Amós Oz, numa carta ao escritor japonês Kenzaburo Oe, Prêmio Nobel de 1994, escreve ter encontrado a "cura para o fanatismo": o bom humor. Diz que: "nunca vi um fanático bem-humorado, nem alguém bem-humorado se tornar fanático". Oz imagina uma forma mágica de prevenir o fanatismo: um novo tipo de messias que "chegará rindo e contando piadas".
Emil Cioran, um filósofo amargo e pessimista, vê nas atitudes dos céticos, dos preguiçosos e dos estetas, os únicos que verdadeiramente estão a salvo do fanatismo. Já os religiosos estreitos, os políticos sectários, os dogmáticos que habitam em todas as áreas do conhecimento, tendem ao fanatismo com seus instrumentos próprios. O fanática jamais se pensa ser fanático.
Enfim, é preciso estarmos atentos e preparados para resistir os apelos do fanatismo que como erva daninha não escolhe lugar para germinar e se alastrar. Os grupos fanáticos exercem um atrativo para os indivíduos que possuem uma estrutura psíquica vulnerável, os desesperados, os desgarrados, os avessos ao espírito crítico ou predispostos à crendice, ao desejo de encontrar uma certeza e a se "contentar-se com pouco" na terra, porque ele tem certeza de que ganhará na suposta vida após a morte. Tanto o fanatismo como a guerra estão entre as situações que se encontram na contramão da sabedoria. 
Para prevenção do fanatismo
Freud, como pensador evolucionista, pensava que só quando a civilização ascendesse à maturidade psíquica é que descartaria os mecanismos infantis ou alienantes cuja matriz é a religião. Segundo o fundador da psicanálise, a religião infantiliza as pessoas e as arrasta ao delírio de massa. O homem não poderia viver nesse estado de infantilismo para sempre, daí a urgente necessidade de um projeto de uma "educação para a realidade" , que fortaleceria a vida intelectual, facilitando o acesso de todos ao conhecimento científico, por ser este verdadeiro. Ademais, a religião não fez e nem faz as pessoas felizes, mas, dá-lhes uma ilusão de felicidade; sem dúvida, ela tem o poder de controla os impulsos primitivos psicossexuais e proporciona alguma direção moral, que costuma ir além do necessário, ou seja, reprimindo o potencial criativo ou de prazer genuíno das pessoas.
Amós Oz, o escritor pacifista, sugere a criação de escolas em todo o mundo da disciplina "fanatismo comparado". Tal disciplina não apenas serviria para entender os fanatismos: religioso, nacionalista, racial, político, desportivo, mas também outros que passam desapercebidos, como o "antitabagista" que poderia queimar os que fumam, o "vegetariano" que comeria vivo quem come carne, "o ecologista" que prefere salvar as baleias às pessoas famintas, etc. Uma disciplina como essa, teria uma função mais que educativa, teria uma preocupação preventiva quanto a possibilidade de "contágio" social do fanatismo, já que pode-se pegá-lo ao tentar curar alguém desse mal.