Risadas, empurrões, apelidos como “bola”, “magricela”, “quatro olhos”. Todos nós já testemunhamos essas “brincadeiras” ou fomos vítimas delas. Acontece, que hoje isso não é mais uma brincadeira de criança, é crime, e tem nome: Bullying.
“O bullying é um tipo de provocação ou agressão como caçoada, ridicularização por apelidos referentes à aparência física ou outra característica da vítima, que é infringida/perpetrada por um ou mais indivíduos de modo frequente e prolongado. A agressão pode ser física também como empurrões, esbarrões etc” explica a psicóloga Maria Isabel Leme, docente do Departamento de Psicologia da Aprendizagem, do Desenvolvimento e da Personalidade, do IIPUSP.
As agressões podem ocorrem em vários locais, mas o mais comum é nas escolas. A adolescente Juliana, de 13 anos, (o nome da personagem foi alterado) já esta a mais de um mês sem ir ao colégio por sofrer frequentes agressões de seus colegas de sala “eu vou a escola e todo mundo fica me chamando de feia, nariguda e magricela. Sem contar que várias vezes os meninos da minha sala já me bateram. Eles vivem me dando empurrões nos corredores da escola”.
O caso foi levado a direção do colégio, que puniu os agressores, mas eles não pararam “minha filha voltava da escola chorando todos os dias e passou a ter um comportamento agressivo com os irmãos. Quando me dei conta do que estava acontecendo procurei a escola e pedi providências. Como as coisas não se resolveram vamos mudá-la de colégio”, diz Ana Lucia, mãe da vitima.
Em alguns casos as agressões tomam proporções muito maiores do que imaginamos. No caso de Pedro, de 15 anos, (o nome do personagem foi alterado) as agressões caíram na rede mundial de computadores.
Colegas de sala criaram perfis falsos em diversos sites de relacionamento ridicularizando o adolescente por seu jeito de se vestir “na sala de aula eles sempre tiravam sarro do meu cabelo, minhas calças coloridas e as musicas que eu ouvia, mas eu nunca liguei muito. Mas agora a coisa fugiu do meu controle. Eles fizeram montagens com a minha foto como se eu tivesse beijando um outro menino e mandaram pra todo mundo da escola. Sem contar nos perfis falsos no twitter e no orkut. Depois disso, as pessoas passaram a me bater e me ameaçar de morte” conta Pedro.
Por conta dessas agressões, o garoto teve que mudar de escola e se submeter a um tratamento psicológico cognitivo-comportamental, que ajuda a vitima a aprender se defender.
Alguns casos de bullying tomaram conta dos noticiários. Em maio desse ano a Justiça obrigou os pais de um aluno do Colégio Santa Doroteia, de Belo Horizonte a pagar uma indenização de R$ 8 mil a uma garota de 15 anos por conta de bullying. Os pais da menina alegaram que procuraram a escola, mas não conseguiram resolver a questão. O juiz relatou que as atitudes do adolescente acusado pareciam não ter "limite" e que ele "prosseguiu em suas atitudes inconvenientes de intimidar", o que deixou a vítima, triste, estressada e emocionalmente debilitada.
Outro caso extremo de bullying foi o de um aluno do oitavo ano chamado Curtis Taylor, numa escola secundária em Iowa, Estados Unidos, que foi vítima de bullying contínuo por três anos, o que incluía alcunhas jocosas, ser espancado num vestiário, ter a camisa suja com leite achocolatado e os pertences vandalizados. Tudo isso acabou por o levar ao suicídio em 21 de Março de 1993.
Diante de tudo isso fica claro que há muito tempo os apelidos, as risadas e agressões gratuitas e “imaturas” pararam de ser brincadeira de criança e se tornaram crime. Você pode, e deve, denunciar.
“O bullying é um tipo de provocação ou agressão como caçoada, ridicularização por apelidos referentes à aparência física ou outra característica da vítima, que é infringida/perpetrada por um ou mais indivíduos de modo frequente e prolongado. A agressão pode ser física também como empurrões, esbarrões etc” explica a psicóloga Maria Isabel Leme, docente do Departamento de Psicologia da Aprendizagem, do Desenvolvimento e da Personalidade, do IIPUSP.
As agressões podem ocorrem em vários locais, mas o mais comum é nas escolas. A adolescente Juliana, de 13 anos, (o nome da personagem foi alterado) já esta a mais de um mês sem ir ao colégio por sofrer frequentes agressões de seus colegas de sala “eu vou a escola e todo mundo fica me chamando de feia, nariguda e magricela. Sem contar que várias vezes os meninos da minha sala já me bateram. Eles vivem me dando empurrões nos corredores da escola”.
O caso foi levado a direção do colégio, que puniu os agressores, mas eles não pararam “minha filha voltava da escola chorando todos os dias e passou a ter um comportamento agressivo com os irmãos. Quando me dei conta do que estava acontecendo procurei a escola e pedi providências. Como as coisas não se resolveram vamos mudá-la de colégio”, diz Ana Lucia, mãe da vitima.
Em alguns casos as agressões tomam proporções muito maiores do que imaginamos. No caso de Pedro, de 15 anos, (o nome do personagem foi alterado) as agressões caíram na rede mundial de computadores.
Colegas de sala criaram perfis falsos em diversos sites de relacionamento ridicularizando o adolescente por seu jeito de se vestir “na sala de aula eles sempre tiravam sarro do meu cabelo, minhas calças coloridas e as musicas que eu ouvia, mas eu nunca liguei muito. Mas agora a coisa fugiu do meu controle. Eles fizeram montagens com a minha foto como se eu tivesse beijando um outro menino e mandaram pra todo mundo da escola. Sem contar nos perfis falsos no twitter e no orkut. Depois disso, as pessoas passaram a me bater e me ameaçar de morte” conta Pedro.
Por conta dessas agressões, o garoto teve que mudar de escola e se submeter a um tratamento psicológico cognitivo-comportamental, que ajuda a vitima a aprender se defender.
Alguns casos de bullying tomaram conta dos noticiários. Em maio desse ano a Justiça obrigou os pais de um aluno do Colégio Santa Doroteia, de Belo Horizonte a pagar uma indenização de R$ 8 mil a uma garota de 15 anos por conta de bullying. Os pais da menina alegaram que procuraram a escola, mas não conseguiram resolver a questão. O juiz relatou que as atitudes do adolescente acusado pareciam não ter "limite" e que ele "prosseguiu em suas atitudes inconvenientes de intimidar", o que deixou a vítima, triste, estressada e emocionalmente debilitada.
Outro caso extremo de bullying foi o de um aluno do oitavo ano chamado Curtis Taylor, numa escola secundária em Iowa, Estados Unidos, que foi vítima de bullying contínuo por três anos, o que incluía alcunhas jocosas, ser espancado num vestiário, ter a camisa suja com leite achocolatado e os pertences vandalizados. Tudo isso acabou por o levar ao suicídio em 21 de Março de 1993.
Diante de tudo isso fica claro que há muito tempo os apelidos, as risadas e agressões gratuitas e “imaturas” pararam de ser brincadeira de criança e se tornaram crime. Você pode, e deve, denunciar.
- No uso coloquial entre falantes de língua inglesa, bullying é frequentemente usado para descrever uma forma de assédio interpretado por alguém que está, de alguma forma, em condições de exercer o seu poder sobre alguém ou sobre um grupo mais fraco. O cientista sueco - que trabalhou por muito tempo em Bergen (Noruega) - Dan Olweus define bullying em três termos essenciais:
1 - O comportamento é agressivo e negativo;
2 - O comportamento é executado repetidamente;
3 - O comportamento ocorre num relacionamento onde há um desequilíbrio de poder entre as partes
- envolvidas.
O bullying pode ocorrer em situações envolvendo a escola ou faculdade/universidade, o local de trabalho, os vizinhos e até mesmo países. Qualquer que seja a situação, a estrutura de poder é tipicamente evidente entre o agressor (bully) e a vítima.
Para aqueles fora do relacionamento, parece que o poder do agressor depende somente da percepção da vítima, que parece estar mais intimidada para oferecer alguma resistência. Mas, a vítima geralmente tem motivos para temer o agressor, devido às ameaças ou concretizações de violência física/sexual, ou perda dos meios de subsistência.
A legislação jurídica do estado de São Paulo define bullying como atitudes de violência física ou psicológica, que ocorrem sem motivação evidente praticadas contra pessoas com o objetivo de intimidá-las ou agredi-las, causando dor e angústia.
Os atos de bullying configuram atos ilícitos, não porque não estão autorizados pelo nosso ordenamento jurídico mas por desrespeitarem princípios constitucionais (ex: dignidade da pessoa humana) e do Código Civil, que determina que todo ato ilícito que cause dano a uma pessoa gera o dever de indenizar.
A responsabilidade pela prática de atos de bullying pode se enquadrar também no Código de Defesa do Consumidor, tendo em vista que as escolas prestam serviço aos consumidores e são responsáveis por atos de bullying que ocorram nesse contexto.
- Pesquisas indicam que adolescentes agressores têm personalidades autoritárias, combinadas com uma forte necessidade de controlar ou dominar. Também tem sido sugerido que um deficiente em habilidades sociais e um ponto de vista preconceituoso sobre subordinados podem ser fatores de risco em particular.
Estudos adicionais têm mostrado que enquanto inveja e ressentimento podem ser motivos para a prática do bullying, ao contrário da crença popular, há pouca evidência que sugira que os bullies (agressores) sofram de qualquer déficit de auto-estima. Outros pesquisadores também identificaram a rapidez em se enraivecer e usar a força, em acréscimo a comportamentos agressivos, o ato de encarar as ações de outros como hostis, a preocupação com a auto-imagem e o empenho em ações obsessivas ou rígidas.
É freqüentemente sugerido que os comportamentos agressivos têm sua origem na infância, e se esse comportamento agressivo não é desafiado nessa etapa, há o risco de que ele se torne habitual. Realmente, há evidência documental que indica que a prática do bullying durante a infância põe a criança em risco de comportamento criminoso e violência doméstica na idade adulta.
O bullying não envolve necessariamente criminalidade ou violência. Por exemplo, o bullying frequentemente funciona através de abuso psicológico ou verbal.
- Os bullies usam principalmente uma combinação de intimidação e humilhação para atormentar os outros. Abaixo, alguns exemplos das técnicas de bullying:
- Insultar a vítima; acusar sistematicamente a vítima de não servir para nada.
- Ataques físicos repetidos contra uma pessoa, seja contra o corpo dela ou propriedade. Interferir com a propriedade pessoal de uma pessoa, livros ou material escolar, roupas, etc, danificando-os
- Espalhar rumores negativos sobre a vítima.
- Depreciar a vítima sem qualquer motivo.
- Fazer com que a vítima faça o que ela não quer, ameaçando a vítima para seguir as ordens.
- Colocar a vítima em situação problemática com alguém (geralmente, uma autoridade), ou conseguir uma ação disciplinar contra a vítima, por algo que ela não cometeu ou que foi exagerado pelo bully.
- Fazer comentários depreciativos sobre a família de uma pessoa (particularmente a mãe), sobre o local de moradia de alguém, aparência pessoal, orientação sexual, religião, etnia, nível de renda, nacionalidade ou qualquer outra inferioridade depreendida da qual o bully tenha tomado ciência.
- Isolamento social da vítima.
- Usar as tecnologias de informação para praticar o cyberbullying (criar páginas falsas sobre a vítima em sites de relacionamento, de publicação de fotos etc).
- Chantagem.
- Expressões ameaçadoras.
- Grafitagem depreciativa.
- Usar de sarcasmo evidente para se passar por amigo (para alguém de fora) enquanto assegura o controle e a posição em relação à vítima (isto ocorre com freqüência logo após obully avaliar que a pessoa é uma "vítima perfeita").
- Fazer que a vitima passe vergonha na frente de várias pessoas
Verbal: chamar nomes, ser sarcástico, lançar calúnias ou gozar com alguma característica particular do outro (“gordo”, “caixa de óculos”,…)
Físico: puxar, pontapear, bater, beliscar ou outro tipo de violência física
Emocional: excluir, atormentar, ameaçar, manipular, amedrontar, chantagear, ridicularizar, ignorar
Racista: toda a ofensa que resulte da cor da pele, de diferenças culturais, étnicas ou religiosas
Cyberbullying: utilizar tecnologias de informação e comunicação (internet ou telemóvel) para hostilizar, deliberada e repetidamente, uma pessoa, com o intuito de a magoar
Físico: puxar, pontapear, bater, beliscar ou outro tipo de violência física
Emocional: excluir, atormentar, ameaçar, manipular, amedrontar, chantagear, ridicularizar, ignorar
Racista: toda a ofensa que resulte da cor da pele, de diferenças culturais, étnicas ou religiosas
Cyberbullying: utilizar tecnologias de informação e comunicação (internet ou telemóvel) para hostilizar, deliberada e repetidamente, uma pessoa, com o intuito de a magoar
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