sexta-feira, 31 de agosto de 2012

O que acontece quando sentimos dor....



O que acontece na hora em que você está fatiando um pão e corta sua mão com a faca? Além de todo o sangue, provavelmente você irá sentir uma dor aguda imediatamente, seguida por uma dor prolongada e menos intensa. Eventualmente, ambas as dores irão embora. Mas o que é dor afinal? Como você a sente? O que faz ela desaparecer? Neste artigo, examinaremos a neurobiologia da dor, os vários tipos de dor e como a dor pode ser tratada ou controlada.A primeira coisa que você sente ao se machucar é uma dor aguda.
A dor é o motivo mais comum que faz com que as pessoas procurem atendimento médico. Mas a dor é, na verdade, algo difícil de definir porque trata-se de uma sensação subjetiva. A Associação Internacional para o Estudo da Dor (International Association for the Study of Pain) define-a como uma "experiência sensória e emocional desagradável associada com um dano potencial ou real de algum tecido, ou descrita em termos de dano".
Obviamente, esta definição é muito vaga. Um médico chega a chamar a atenção para o fato de que a dor é o que o paciente diz que é. Então, diremos somente que a dor é uma sensação de advertência ao seu cérebro, dizendo a ele que alguns tipos de estímulos causam ou podem causar danos, e que você provavelmente deve fazer algo a respeito.
A percepção da dor, ou nocicepção (da palavra latina para "dor"), é o processo pelo qual um estímulo doloroso é transmitido do local de excitação para o sistema nervoso central. A nocicepção requer vários componentes:
  1.     Estímulo - pressão, perfurações e cortes (mecânicos) ou queimaduras (provocadas pelo calor ou por produtos químicos).
  2.      Recepção - um terminal do nervo recebe a sensação do estímulo.
  3.     Transmissão - um nervo envia o sinal ao sistema nervoso central. A transmissão da informação normalmente envolve uma série de neurônios no interior do sistema nervoso central.
  4.     Centro da(s) dor(es) - áreas do cérebro recebem a informação para uma ação e/ou processamento posterior.
 A  nocicepção usa caminhos neurais diferentes da percepção normal (como toque suave, pressão e temperatura). Na estimulação não-dolorosa, o primeiro grupo de neurônios a serem disparados são os receptores somáticos normais. Quando algo provoca dor, nociceptores entram em ação primeiramente.

A seguir, veremos os caminhos da nocicepção no seu corpo
Tipos de dor
Os médicos e neurocientistas geralmente classificam a dor da seguinte maneira
 Dor aguda é causada por um ferimento no corpo. Ela adverte sobre o dano potencial que requer ação do cérebro e ela pode se desenvolver lentamente ou depressa. Ela pode durar de poucos minutos a seis meses e pode ir embora quando o dano curar
  Dor crônica persiste muito tempo depois da cura de um trauma (e em alguns casos, acontece na ausência de qualquer trauma). A dor crônica não procura uma resposta do corpo e normalmente dura muito mais que seis meses.
   Dor de câncer (ou maligna) é associada com tumores malignos. Os tumores invadem tecidos saudáveis e pressionam nervos ou vasos sanguíneos, causando a dor. A dor do câncer pode também estar associada a tratamentos ou procedimentos invasivos. Alguns médicos classificam a dor de câncer como dor crônica

Recepção do sinal de dor
Tal como os neurônios sensoriais normais, os neurônios nociceptores atravessam os nervos sensoriais periféricos. Seus corpos celulares se ligam aos gânglios da raiz dorsal dos nervos periféricos no interior da espinha. Como mencionamos, os nociceptores sentem a dor através dos terminais nervosos livres melhor do que os terminais especializados como, por exemplo, dos neurônios que sentem o toque ou pressão. Entretanto, enquanto os neurônios sensitivos normais são mielinizados (insulados) e conduzem rapidamente, os neurônios nociceptores são mais leves e mais lentos ou não-mielinizados. Nós podemos dividir os nociceptores em três classes:
Receptores mecanosensitivos - levemente mielinizados, neurônios de condução mais rápida que respondem a estímulos mecânicos (pressão, toque).
Receptores mecanotérmicos - levemente mielinizados, neurônios de condução mais rápida que respondem a estímulos mecânicos (pressão, toque) e ao calor.
Receptores polimodais (fibras C) - não-mielinizados, neurônios de condução mais lenta que respondem a uma variedade de estímulos
Suponha que você corte sua mão. Inúmeros fatores contribuem para a recepção da dor:
  Estimulação mecânica com um objeto afiado.
  Liberação de potássio do interior das células danificadas.
  Prostaglandinas, histaminas e bradicina de células imunes que invadem a área durante a inflamação.
    Substância P de fibras de nervo próximos.
Essas substâncias potencializam a ação nos neurônios nociceptores.
A primeira coisa que você provavelmente sente ao cortar sua mão é uma dor intensa no momento do ferimento. O sinal desta dor é conduzido rapidamente pelos nociceptores tipo A. A dor é seguida por uma dor menos intensa, lenta e prolongada, que por sua vez é conduzida pelas fibras C, mais lentas. Com a utilização de anestésicos químicos, os cientistas podem bloquear um tipo de neurônio e separar os dois tipos de dor.

Transmissão do sinal de dor
Os sinais de seu corte na mão viajam na espinha dorsal através da raízes dorsais. Lá, elas fazem sinapses nos neurônios dentro do chifre dorsal (a metade superior da matéria cinzenta em forma de borboleta). Eles fazem sinapses nos neurônios no segmento da espinha dorsal em que entraram e também nos neurônios um ou dois segmentos acima e abaixo dos segmentos de entrada. Essas múltiplas conexões relacionadas à parte mais larga do corpo - isto explica porque algumas vezes é difícil determinar o local exato da dor, especialmente uma dor interna.

Os neurônios secundários enviam seus sinais para cima através de uma área na matéria branca da espinha dorsal chamada de trato espino-talâmico. Esta área funciona como uma via expressa onde traficam todos os segmentos mais baixos em direção ao topo da espinha dorsal. Os sinais do trato espino-talâmico viajam em direção à parte superior da espinha dorsal através da medula (tronco do cérebro) e fazem sinapse nos neurônios no interior do tálamo, o relé central do cérebro. Alguns neurônios também fazem sinapse na formação reticular da medula, que por sua vez controla os movimentos físicos.

Os nervos do tálamo então retransmitem o sinal a várias áreas do córtex somato-sensório do cérebro - não existe um centro de dor único no cérebro.
Os sinais de dor viajam ao longo dos caminhos através do corpo. Na próxima página, falaremos sobre eles.
Informações sobre as dores no rosto
Seu rosto tem sua própria espinha dorsal em miniatura, chamada de nervo trigeminal. Os nervos somato-sensórios (e receptores de dor por toda cabeça e rosto) viajam do interior do sistema nervoso central até o nervo trigeminal. Eles fazem sinapses no núcleo trigeminal (grupo de neurônios) dentro da parte média da medula e também nos neurônios da parte mais baixa. Então esses neurônios enviam os sinais através do trato talâmico trigeminano interior do mesencéfalo em direção ao tálamo. Os neurônios no tálamo retransmitem os sinais para o córtex somato-sensório e para o sistema límbico.
O caminho da dor
Uma vez que a informação sobre a dor se encontra no cérebro, não estamos seguros sobre como ela se processa. Obviamente, alguns sinais vão para o córtex motor, então seguem para a espinha dorsal e para os nervos motores. Esses impulsos irão provocar contrações no músculo para tirar sua mão do caminho do que quer que esteja provocando a dor.
Porém, muitas observações levam os cientistas a pensar que o cérebro pode influenciar a percepção da dor.
         A dor do corte em sua mão diminui eventualmente ou se reduz..
         Se você conscientemente se distrai, não pensa na dor e ela incomoda menos.
         Pessoas que recebem placebos para o controle da dor freqüentemente relatam que a dor cessa ou diminui.
Isto indica que a influência da dor nos caminhos neurais deve existir do cérebro para baixo.

Esses caminhos descendentes se originam no córtex somato-sensório(que retransmite ao tálamo) e o hipotálamo. Os neurônios talâmicos descem para o mesencéfalo. Lá, eles fazem sinapses nos caminhos ascendentes da medula e da espinha dorsal e inibem os sinais dos nervos ascendentes. Isto produz alívio da dor (analgesia). Um pouco desse alívio vem da estimulação dos neurotransmissores narcóticos naturais de alívio da dor chamados de endorfina, dinorfina e encefalina.
Os sinais de dor podem disparar os caminhos no sistema nervoso autônomo quando passam através da medula, provocando aumento do batimento cardíaco, respiração ofegante e transpiração. A extensão dessas reações depende muito da intensidade da dor, e elas podem ser atenuadas pelos centros cerebrais no córtex através de vários caminhos descendentes.
Como os caminhos ascendentes da dor viajam pela espinha dorsal e medula, eles também podem ser disparados pela dor neuropática - danos aos nervos periféricos, espinha dorsal e o próprio cérebro. Contudo, a extensão do dano pode limitar a reação dos caminhos descendentes do cérebro.
A influência dos caminhos descendentes também pode ser responsável pelador psicogênica (percepção da dor sem uma causa física óbvia).
Pensamentos, emoções e "circuição" podem afetar ambos os caminhos -ascendente e descendente - da dor. Assim, inúmeros fatores, psicológicos e fisiológicos, podem influenciar a percepção da dor.
         Idade: o circuito cerebral geralmente degenera com a idade, assim, as pessoas mais velhas têm limiares de dor inferiores e têm mais problemas em lidar com ela.
         Gênero: pesquisas mostram que as mulheres têm mais sensibilidade à dor do que os homens. Isto poderia ser causado por causa da ligação sexual dos traços genéticos e das mudanças hormonais que podem alterar o sistema de percepção da dor. Fatores psicossociais poderiam afetar também - espera-se que os homens não demonstrem ou falem sobre suas dores.
        Fadiga: freqüentemente experimentamos mais dor quando nosso corpo fica estressado pela falta de sono.
         Memória: o modo como experimentamos a dor no passado pode influenciar as respostas neurais (a memória vem do sistema límbico).
Teoria do portão para o controle da dor
Para explicar por que os pensamentos e emoções influenciam a percepção da dor, Ronald Melzack e Patrick Wall propuseram que o mecanismo de "gating" existe no interior do chifre da espinha dorsal. Fibras nervosas pequenas (receptores de dor) e grandes fibras nervosas (receptores "normais") fazem sinapse nos prolongamentos das células (P), que vão do trato espino-talâmico para o cérebro e os inibidores interneuronais (I) no interior do chifre dorsal.



A interação entre estas conexões determina quando os estímulos dolorosos vão para o cérebro:
    Quando não há "input", o neurônio inibitório impede o neurônio excitatório de enviar sinais ao cérebro (o portão se fecha).
    A entrada somato-sensória normal acontece quando há mais estimulação da fibra maior (ou somente estimulação da fibra maior). Tanto o neurônio inibitório quanto o neurônio excitatório são estimulados, mas o neurônio inibitório impede o neurônio excitatório de enviar sinais ao cérebro (a porta se fecha).
   A nocicepção (recepção da dor) acontece quando há mais estimulação de mais fibras pequenas ou somente estimulação de mais fibras pequenas. Isto desativa o neurônio inibitório, e o neurônio excitatório envia sinais ao cérebro informando-o sobre a dor (a porta se abre).
Os caminhos descendentes do cérebro fecham a porta inibindo os neurônios excitatórios e reduzindo a percepção da dor.
Esta teoria não nos diz tudo sobre a percepção da dor, mas ela explica algumas coisas. Se você esfrega ou dá um aperto de mão depois de ter batido o dedo, você estimula o "input" normal no somato-sensório para os neurônios excitatórios. Isto abre a porta e reduz a percepção da dor.

Analgesia congênita

Analgesia congênita é uma desordem genética rara onde o indivíduo não pode sentir dor. Você pode pensar que isto soa como uma coisa boa, mas na verdade é uma condição mortal. A dor serve como uma advertência contra algum dano, assim, as pessoas que não a sentem podem se machucar seriamente por coisas que a maioria de nós reagiria com rapidez. Por exemplo, Ronald Melzack e Patrick Wall descrevem uma garota que sofreu queimaduras de terceiro grau em seus joelhos subindo em um radiador. Não havia sinal para ela parar. Os pesquisadores estão tentando reproduzir esta condição alterando ratos geneticamente de forma que eles possam estudar as contribuições genéticas para a percepção da dor.
Controle da dor
Os médicos tratam a dor de várias maneiras. O controle da dor pode incluir medicamentos, cirurgia, tratamentos alternativos (como hipnose, acupuntura, massoterapia e "biofeedback") ou uma combinação desses procedimentos.
Tipos diferentes de medicamentos para a dor agem em lugares diferentes nos caminhos da dor. O tipo de medicamento depende muito da origem da dor, do nível de desconforto e dos possíveis efeitos colaterais.
·         Analgésicos não opiáceos - como aspirina, acetaminofeno, ibuprofeno e naproxen - atuam no local da dor. O tecido danificado libera enzimas que estimulam os receptores locais de dor. Os analgésicos não opiáceos interferem com enzimas e reduzem inflamações e dores. Eles podem ter um pouco de efeitos adversos no fígado e rins e podem causar desconforto gastrointestinal e sangramento com o uso prolongado. 
·         Analgésicos opiáceos atuam no transmissor sináptico em várias partes do sistema nervoso central ligando-se aos receptores opiáceos naturais. Eles inibem os caminhos ascendentes da percepção da dor e ativam os caminhos descendentes. Os analgésicos opiáceos para alívio de dores muito grandes - eles incluem morfina, meripidina, proproxifeno, fentanil, oxicodona e codeína. Eles podem causar overdose rapidamente e provocar dependência. 
·         Analgésicos coadjuvantes (co-analgésicos) são usados principalmente para tratar alguma outra condição, mas eles também aliviam a dor. Esses remédios são úteis no tratamento de dores neuropáticas (dor crônica que vem de danos no sistema nervoso central). Eles incluem: 
·    
·         as drogas anti-epiléticas (em inglês) reduzem a excitabilidade da membrana e potencial condução de ação nos neurônios do sistema nervoso central;
·         os antidepressivos tricíclicos afetam a transmissão sináptica da serotonina e da norepinefrina nos neurônios do sistema nervoso central, afetando doravante os caminhos de modulação da dor;
·         os anestésicos bloqueiam a potencial transmissão de ação interferindo com canais de sódio e potássio nas membranas celulares do nervo. Exemplos incluem a lidocaína, novocaína e benzocaína.

Avaliação da dor
Não existe medida absoluta para os graus da dor. Como vimos no início, a dor é subjetiva. Avaliações numéricas pedem aos pacientes para julgar a intensidade da dor em uma escala de zero (nenhuma dor) a 10 (dor inimaginável). Os médicos freqüentemente usam escalas com imagens de crianças - elas mostram rostos com vários graus de expressão de dor. Os médicos também consideram a história de dor do paciente em suas avaliações.
Cirurgia
Em casos extremos, os cirurgiões podem ter que cortar os caminhos alterando áreas do cérebro associadas com a percepção da dor - ou executando uma rizotomia (que destrói porções dos nervos periféricos) ou cordotomia (destrói os tratos ascendentes na espinha dorsal). Estas cirurgias normalmente são o último recurso.
Podem ser recomendadas intervenções cirúrgicas para erradicar a fonte da dor. Por exemplo, muitas pessoas sofrem de dores nas costas por causa de hérnias de disco entre as vértebras. Um disco inflamado pode comprimir um nervo e causar uma dor neuropática. Se o paciente não responde à medicação, uma cirurgia pode tentar remover ao menos parte do disco e aliviar a pressão no nervo.
Terapia alternativa 
Estas abordagens não envolvem drogas ou cirurgias.
·         A quiropraxia manipula as juntas para aliviar a compressão dos nervos.
·         As massagens estimulam o fluxo sanguíneo, relaxam os espasmos musculares e aumentam a informação somato-sensória, que pode aliviar a dor através da teoria do controle do portão (veja a página anterior).
·         Aplicações de calor aumentam o fluxo sanguíneo e aplicações de frio reduzem as inflamações que contribuem para a dor.
·         A estimulação da pele com pequenos eletrodos pode fechar o portão para a dor.
·         A acupuntura pode estimular as células nervosas e liberar endorfina. O aumento da estimulação também pode fechar o portão para a dor.
·         Técnicas de controle mental confiam na habilidade da mente e das emoções para controlar e aliviar a dor através dos caminhos neurais descendentes. Elas incluem técnicas de relaxamento,hipnose, "biofeedback" e técnicas de distração.
As estratégias de controle da dor envolvem a participação de médicos, pacientes, membros da família e outros profissionais de saúde. Tal como qualquer tratamento médico, a origem da dor, a tolerância à dor e os riscos e benefícios potenciais do tratamento devem ser considerados.









quarta-feira, 29 de agosto de 2012

As Impressões digitais


Impressão digital (tecnicamente datilograma ou dermatoglifo) é o desenho formado pelas papilas (elevações da pele), presentes nas polpas dos dedos das mãos, deixado em uma superfície lisa. As impressões digitais são únicas em cada indivíduo, sendo diferentes inclusive entre gêmeos univitelinos. Tal característica, chamada unicidade, as faz serem utilizadas como forma de identificação de pessoas há séculos.

As papilas são formadas durante a gestação e acompanham a pessoa até a morte, sem apresentar mudanças significativas. Esta propriedade é conhecida como imutabilidade. A impressão digital apresenta pontos característicos e formações que permitem a um perito (papiloscopista) identificar uma pessoa de forma bastante confiável. Tal comparação é também feita por sistemas computadorizados, os chamados sistemas AFIS (Automated Fingerprint Identification System, Sistema de Identificação Automatizada de Impressão Digital).

Algumas pessoas, contudo, apresentam as pontas dos dedos lisas, o que caracteriza a chamada Síndrome de Nagali; nestes casos, a identificação é feita pela íris ou outra forma de identificação biométrica adequada. Em 2006, pesquisadores da Faculdade de Medicina de Haifa, em Israel, anunciaram ter descoberto que tal síndrome é decorrente do mau funcionamento de uma proteína conhecida como cretin 14.

A utilização de impressões digitais para identificar pessoas existe desde a Antiguidade em diversos lugares, como Mesopotâmia, Turquestão, Índia, Japão e China, com o objetivo de autenticar documentos e selar acordos civis e comerciais. O primeiro sistema de identificação por impressões digitais foi criado por Francis Galton, com base em anotações anteriores de outros autores.


As pessoas possuem minúsculos sulcos e vales na pele dos dedos e essa adaptação é extremamente vantajosa ao ser humano. O padrão dos sulcos nos dedos torna mais fácil o trabalho das mãos ao pegar coisas, da mesma maneira que um padrão de ranhuras, emborrachada auxilia o pneu a se segurar na pista. Esses sulcos e vales são as impressões digitais, que permitem um tipo de identidade "embutida", uma vez que cada desenho é exclusivo. As impressões digitais identificam o ser humano e o tornam único. Sabemos que ninguém é igual a ninguém graças especialmente às linhas dos dedos.
Métodos de identificação humana foram evoluindo ao longo do tempo. Os babilônicos, por exemplo, já em 2000 a.C, usavam os padrões de impressões digitais em barro para acompanhar documentos, a fim de prevenir falsificações. Os métodos de identificação evoluíram em todos os sentidos, visto que, em outras épocas, práticas como a marcação com ferro em brasa e mutilações, só para citar algumas, eram utilizadas
para identificação de indivíduos que praticassem crimes ou escravos que haviam fugido.
Nos EUA, por exemplo, o código de 1700 previa o emprego do ferrete e da mutilação em
crimes de rapto ou roubo. Chegou-se até a fazer uso, posteriormente, do sistema antropométrico2
, introduzido  em 1882  por Alfonse Bertillon, Paris, até a consagração da
datiloscopia em meados do século X
A dermatoglifia é o nome dado ao estudo dos padrões das cristas dérmicas, ou
seja, dos desenhos existentes nas extremidades distais das faces ventrais dos quirodáctilos (ponta dos dedos), na face ventral das mãos (palma da mão) e na face plantar das
extremidades ventrais dos artelhos (sola e dedos do pé). Este artigo se deterá no estudo
da datiloscopia, que se refere as digitais presentes na ponta dos dedos. Mais especificamente estarei versando sobre datiloscopia criminal, a qual é usada para a identifica-
ção de pessoas indicadas em inquéritos ou acusadas em processos. Vale lembrar que
existe a datiloscopia civil, que tem por objetivo a identificação de pessoas, como nas cé-
dulas de identidade em que você, certamente, já teve que registrar suas impressões digitais.
A datiloscopia se baseia em alguns princípios fundamentais, os quais estão relacionados com a identificação humana. O princípio da perenidade, descoberto em 1883
pelo anatomista holandês Arthur Kollman, diz que os desenhos datiloscópicos em cada
ser humano já estão definitivamente formados ainda dentro da barriga da mãe, a partir
do sexto mês de gestação. O princípio da imutabilidade, por sua vez, diz que este desenho formado não se altera ao longo dos anos, salvo algumas alterações que podem ocorrer devido a agentes externos, como queimaduras, cortes ou doenças de pele, como a
lepra. Já o princípio da variabilidade garante que os desenhos das digitais são diferentes, tanto entre pessoas como entre os dedos do mesmo indivíduo, sendo que jamais serão encontrados dois dedos com desenhos idênticos. Existem autores que acrescentam
mais um princípio, o da  classificabilidade, o qual indica o potencial de uso dos desenhos das digitais na identificação humana. Como é praticamente impossível existir duas pessoas com a mesma digital, e também pelo fato da existência de um reduzido nú-
mero de tipos fundamentais de desenhos (veja Figura 1), é possível, via de regra, classificar uma impressão digital. Eu ainda acrescentaria o princípio da praticidade, pois obter impressões digitais é um procedimento relativamente simples, rápido e de baixo custo quando comparado aos outros métodos.

A história do uso ou do reconhecimento das impressões digitais como característica pessoal, como vimos anteriormente com os babilônicos, é tão antiga quanto a histó-
ria da civilização. Mais adiante na história têm-se registros de vários estudos no século
XVII que descreveram com detalhes os padrões de digitais dos dedos, mas nenhum autor da  época fez referência ao seu potencial identificador. Em 1858, Sir Wiliam Herschel, oficial administrativo britânico e chefe de um distrito em Bengala, na Índia, começou um extensivo uso de impressões digitais, gravando-as em contratos com os nativos.
Posteriormente, em 1877, Herschel tentou, sem  sucesso, obter autorização  junto  aos
seus superiores para utilizar as impressões digitais como forma de identificar seus prisioneiros. Mesmo assim, em sua província, ele aplicou o método extensivamente. Após
anos de observação, tendo inclusive analisado suas digitais em 1860 e 1890, Herschel
concluiu que as formas das estrias que formavam as digitais não mudavam durante a
vida.
A  aplicação em  larga escala da análise das impressões digitais  só ocorreu em
meados do século XX. Mark Twain escreveu sobre a identificação de um homicida pelo
seu polegar, em 1883, no livro de ficção Life on the Mississipi, o qual contribuiu para a
consciência pública do potencial identificador das impressões digitais. Em 1880, Henry
Faulds, médico escocês, escreveu artigos que foram publicados na revista inglesa Nature, nos quais descreveu suas observações a respeito das impressões digitais. Estes artigos contribuíram para a atribuição de um potencial para identificação e, conseqüentemente, aplicação no esclarecimento de crimes

Faulds manteve contato com Sir Francis Galton, antropólogo inglês e primo do
eminente cientista  Charles  Darwin. Galton,  em seu livro  Finger Prints, publicado  em
1882, sustentava as idéias de Herschel que as impressões digitais nunca eram duplicadas e que elas permaneciam inalteradas durante o tempo de vida de um indivíduo, descrevendo o primeiro sistema de classificação para as impressões digitais.  
Galton tinha um interesse inicial em estudar a hereditariedade e antecedentes
raciais, mas quando observou que as impressões digitais não estavam relacionadas com
inteligência ou história genética, acabou provando, agora cientificamente, o que Herschel e Faulds já haviam notado: a imutabilidade e perenidade das impressões digitais.
Segundo seus cálculos, a probabilidade da ocorrência de duas impressões digitais idênticas era de 1 em 64 bilhões. Hoje, usa-se o sistema de classificação de desenhos digitais elaborado pelo naturalizado argentino Juan Vucetich (veja exemplos das minúcias
observadas na impressão digital – Figura 2). Desde 1903 o Brasil adotou a impressão 
digital como método de identificação de indivíduos. 
Técnicas para revelação de digitais
Os profissionais em datiloscopia são chamados de papiloscopistas, os quais têm
a responsabilidade de realizar  os trabalhos de pesquisa nos arquivos datiloscópicos  e 
comparar com as impressões digitais em questão. É uma tarefa que exige muita calma e 
paciência, experiência e, sobre tudo, que o desenho da impressão digital seja o melhor
possível. Existem diversas técnicas para coleta de fragmentos papilares no local do crime. É ai que aparece um pouco mais de química no processo.
A perícia, quando entra na cena de um crime, observa vários aspectos. No que 
diz respeito ao assunto do artigo, a observação de objetos deslocados da sua posição original pode revelar vestígios papilares nos objetos que apresentam superfície lisa ou polida. A  estes vestígios se dá o nome de Impressões Papilares Latentes, doravante IPL,
que podem confirmar ou descartar a dúvida de quem estava na cena do crime.

Há basicamente dois tipos de IPL: as visíveis e as ocultas. As visíveis podem ser
observadas se a mão que as formou estava suja de tinta ou sangue. Já as ocultas são
resultado dos vestígios de suor que o dedo deixou em um determinado local. Aliado ao
fato de que, quando a pessoa está fazendo um ato ilícito, via de regra, a transpiração
aumenta, transformar estas IPL ocultas em visíveis acaba sendo um processo de grande
importância nas investigações.



Saber escolher a técnica se torna importante na medida em que, se algo der errado, uma técnica pode não só ser ineficiente como também destruir uma IPL. O perito
tem uma centena de técnicas possíveis, aplicáveis em situações genéricas e específicas.
Neste presente artigo tratarei das técnicas mais usadas e que possuem um atrativo científico mais intenso. Antes de analisar as técnicas, é importante ter uma idéia da composição química de uma impressão digital. A Tabela 1 relaciona as principais substâncias presentes no suor humano e as glândulas que as excretam. 
Técnica do Pó 
Sendo a mais utilizada entre os peritos, a técnica do pó nasceu juntamente com
a observação das impressões e sua utilização remota ao século dezenove e continua até 
hoje. É usada quando as IPL localizam-se em superfícies que possibilitam o decalque da 
impressão, ou seja, superfícies lisas, não rugosas e não adsorventes3
 (veja Figura 3). A 
técnica do pó está baseada nas características físicas e químicas do pó, do tipo de instrumento aplicador e, principalmente, no cuidado e habilidade de quem executa a atividade – vale lembrar que as cerdas do pincel podem danificar a IPL. Além dos pincéis, a
técnica também pode ser realizada com spray de aerossol ou através de um aparato eletrostático. 




Obs: A adsorção é um fenômeno caracterizado pela fixação de moléculas de uma substância (o adsorvato) na superfície de outra substância (o adsorvente).

Quando a impressão digital é recente, a água é o principal composto no qual as partículas de pó aderem. À medida que o tempo passa, os compostos oleosos, gordurosos ou sebáceos são os mais importantes. Esta interação entre os compostos da impressão e o pó é de caráter elétrico, tipicamente força de van der Waals e ligações de hidrogênio. A Tabela 2 relaciona alguns poucos tipos de pós-usados na revelação de IPL.

O uso de um tipo de pó em detrimento dos demais ocorre, principalmente, devido à superfície em que se encontra a IPL, às condições climáticas – principalmente a 
umidade – e a experiência do perito. É por isto que existe uma variedade enorme de pós, 
muito maior que as apresentadas aqui, pois as condições do local em que se encontra a 
impressão podem ser muito diversificadas. 
O uso de pós pode ser prejudicial à saúde do perito. Devido a isto, na década de 
80 foram desenvolvidos pós orgânicos. Exemplo destes pós encontra-se no trabalho de 
Kerr, Haque e Westland, no qual são descritos procedimentos para produção. Um deles 
seria dissolver 1 g de brometo de potássio em vinte e cinco mililitros de água destilada. 
Em seguida, lentamente, dissolvesse trinta e cinco gramas de amido de milho na solu-
ção aquosa de brometo de potássio. Esta mistura é deixada secar por setes dias e após 
é reduzida a pó. Este, por sua vez, é conservado em um recipiente contento sulfato de 
cálcio anidro como dessecante.  
Vapor de iodo 
O iodo tem como característica a sublimação, ou seja, passagem do estado sólido 
diretamente para o estado vapor. Para esta mudança de estado, o iodo precisa absorver 
calor. Este calor pode ser, por exemplo, o do ar que expiramos ou até mesmo o calor de 
nossas mãos direcionado sobre os cristais. Seu vapor tem coloração acastanhada e, 
quando em contato com a IPL, forma um produto de coloração marrom amarelada. O 
vapor interage com a IPL através de uma absorção física, não havendo reação química. 
Esta técnica é utilizada geralmente quando a IPL encontra-se em objetos pequenos. Colocando-se o material a ser examinado junto com os cristais em um saco plástico selado, após agitação é gerado calor suficiente para a sublimação dos cristais. Uma 
vantagem que esta técnica tem em relação às demais, como a do pó, é que ela pode ser 
utilizada antes de outras sem danificar a IPL. A destruição da IPL pode ocorrer após o 
uso de um produto fixador que evita os cristais de iodo sublimarem novamente da impressão digital.

Nitrato de Prata
Utilizada desde 1891, a técnica baseia-se na reação entre nitrato de prata com
os íons cloretos presentes na impressão digital. A superfície de interesse é imersa em
uma cuba contendo solução 5 % de nitrato de prata (AgNO3(aq)
) durante aproximadamente trinta segundos. O produto desta reação, cloreto de prata, é de considerável insolubilidade em água à temperatura ambiente. A equação genérica que descreve a reação 
pode ser vista na Figura 4. 
XCl(aq) + AgNO3(aq) Æ AgCl(ppt) + XNO3(aq)     
Figura 4 – Equação que descreve a reação entre o nitrato de prata  
e os cloretos presentes na digital.
Com exceção dos cloretos de prata, mercúrio e chumbo, todos os outros são solúveis em água. É exatamente uma destas exceções, o cloreto de prata, que permite a
visualização da IPL. Na figura acima, “XCl(aq)” representa qualquer sal de cloro – excetuando os já mencionados –,  como o cloreto de sódio dissolvido [NaCl(aq)
]. 
Deve-se deixar a superfície contendo a IPL secar em uma câmara escura. Após 
isto, ela é exposta à luz solar o tempo necessário para que o íon prata seja reduzido à 
prata metálica, revelando a IPL sob um fundo negro. A impressão digital revelada deve 
ser fotografada rapidamente antes que toda a superfície escureça. Contudo, a impressão pode ser preservada quando guardada em um local escuro ou quando tratada com
solução de tiossulfato de sódio a 10 %, semelhante com o que ocorre no processo fotográfico. 
A Ninidrina
Em  1913, Ruhemann descobriu, por engano,  a  ninidrina  (veja  Figura 5). Ele 
constatou que os alfa aminoácidos, os polipeptídios e as proteínas formavam produtos
coloridos ao  reagirem com ela. Ao longo dos anos, a ninidrina tornou-se um reagente
comum em testes clínicos e, com a introdução das técnicas cromatográficas nos anos
40, passou a ser usada rotineiramente para localizar aminoácidos nos cromatogramas. 
Contudo, somente nos anos 50 que seu potencial forense foi descoberto


Aminoácidos fazem  parte de um grupo de compostos orgânicos que possuem
função mista. A ninidrina tem uma afinidade muito grande por este tipo de estrutura 
química. Inclusive existem técnicas em que, juntamente com a ninidrina, são adicionadas enzimas que promovem a “quebra” de proteínas em aminoácidos, a fim de aumentar a quantidade de reagentes e, assim, tornar a revelação da IPL mais intensa. O mecanismo genérico que descreve a formação do produto cor púrpura pode ser visto na Figura 6. 



Figura 6 - Mecanismo da reação de um aminoácido com a ninidrina  
para formação de um produto colorido. 
Geralmente a proporção da solução usada é de 0,5 g de ninidrina para 30 mL de
etanol. Posteriormente esta mistura é armazenada em um recipiente que permite a pulverização sobre a IPL. O líquido deve ser borrifado de longe (cerca de 15 cm). Esperamse alguns instantes até que o solvente evapore e, então, borrifa-se novamente, quantas
vezes for necessário.  

Figura 7 – Impressões digitais reveladas com solução de ninidrina em papel. 
O desenho da impressão digital somente aparecerá quando a superfície ficar totalmente seca. Isto pode levar horas na temperatura ambiente, mas pode-se fazer isto 
em fornos que propiciem temperaturas da ordem de 50-70°C. Na Figura 7 podemos ver
um exemplo de revelação de IPL em um papel.  


O desenho da impressão digital somente aparecerá quando a superfície ficar totalmente seca. Isto pode levar horas na temperatura ambiente, mas pode-se fazer isto em fornos que propiciem temperaturas da ordem de 50-70°C. Na Figura 7 podemos ver um exemplo de revelação de IPL em um papel.
Figura 8 – Diferentes resultados de IPL reveladas por soluções de ninidrina com diferentes solventes.

O grande segredo da solução de ninidrina é o solvente. Na Figura 8 vemos as diferenças entre IPL reveladas com diferentes soluções a base de ninidrina. No lado “a”, esquerda, temos a revelação com um solvente comercial e a direita com éter de petróleo. No lado ‘b’, esquerda, temos novamente um solvente comercial e a direita o CFC-113. Nota-se que o solvente comercial, uma mistura de vários outros solventes, dá resultados bem mais nítidos do que os outros solventes citados.

Os análogos da ninidrina
Com o desenvolvimento do laser, Menzel e Almog compararam os análogos da ninidrina com a reação ninidina/cloreto de zinco, que produzia a benzo[f]ninidrina. Após tratamento com laser de neodímio, o composto revelava uma coloração avermelhada. Posteriormente desenvolveu-se a DFO (diazafluorenona) e a 5-metoxininidrina. Na Figura 9 podemos ver as estruturas dos compostos análogos à ninidrina.


A solução de DFO é feita misturando-se 50 mg do reagente com 4 mL de metanol e 2 mL de ácido acético glacial. Após dissolução da DFO, dilui-se a solução em 100 mL de freon. A DFO possui dez vezes mais capacidade de revelação de IPL em papel do que a solução de ninidrina.

Sobre o seqüestro da criança
Em 1993, nos EUA, uma criança foi seqüestrada e, de forma bastante feliz, posteriormente acabou escapando dos raptores. Dias depois, a criança foi capaz de identificar o carro no qual tinha sido transportada. Quando os policiais recuperaram o carro, no entanto, os peritos foram incapazes de encontrar qualquer vestígio das impressões digitais da criança. Era como se criança estivesse inventado tudo aquilo e nunca estivesse outrora dentro do automóvel.
Este fato fez com que os peritos testassem a revelação de digitais de uma criança em comparação às de um adulto. Conseguiram concluir, por exemplo, que as digitais produzidas pelo contato dos dedos de uma criança em um copo plástico desapareciam mais rapidamente do que o mesmo contato feito por um adulto, nas mesmas condições de temperatura. Embora o criminoso estivesse praticamente condenado, uma explicação mais científica para este fenômeno estava por vir. Foi quando os peritos resolveram utilizar técnicas analíticas como a cromatografia gasosa e espectrometria de massa (CG-MS), as quais revelaram resultados surpreendentes.
Os compostos identificados em impressões de adultos possuíam, em média, cerca de 32 átomos de carbono (Ex: C15H31CO2C16H33), ao passo que os extraídos de crianças possuíam uma massa molecular menor, com cerca da metade de carbonos (Ex: C12H25CO2H). As interações intermoleculares que explicam a volatilidade destas substâncias são as conhecidas dispersões de London. Como estas forças intensificam-se com o aumento da massa molar e da superfície molecular, as impressões digitais de crianças tendem a ser mais voláteis e podem desaparecer em questões de horas em um ambiente quente. Por este motivo, concluiu-se que as impressões digitais da criança simplesmente desapareceram do carro.
Outro aspecto importante é o fato de que os óleos presentes nas impressões digitais não são provenientes do dedo, mas da oleosidade segregada por glândulas da face. Esta oleosidade então se deposita na superfície do dedo toda vez que a pessoa toca a face com as mãos. Como a oleosidade muda conforme a fase da vida da pessoa, isto também ajudou a esclarecer o caso.
Quando não existe dedo (ausência de dedo): O (INEXISTENTE)


Impressão digital não identificada: X (NÃO IDENTIFICADO)


FÓRMULA DACTILOSCÓPICA (FD) 
  

  
No exemplo acima teremos: 




Polegar (Mão Direita) – Verticilo

Indicador (Mão Direita) – Presilha Interna

Médio (Mão Direita) – Presilha Externa

Anular (Mão Direita) – Arco

Mínimo (Mão Direita) – Inexistente



Polegar (Mão Esquerda) – Arco

Indicador (Mão Esquerda) – Verticilo

Médio (Mão Esquerda) – Presilha Externa

Anular (Mão Esquerda) – Verticilo

Mínimo (Mão Esquerda) – Não Identificado