terça-feira, 29 de janeiro de 2013

BRUXISMO


O bruxismo é um hábito para funcional caracterizado pelo apertar ou ranger os dentes, em que as forças sobre a musculatura mastigatória são excessivas, produzindo dores de cabeça, problemas gengivais, desgaste dos dentes (sensibilidade), mobilidade dental e, principalmente, problemas de disfunção na articulação temporomandibular, o que pode provocar estalos e travamentos, assim como restringir a abertura da boca.
Esse problema pode ocorrer em todas faixas etárias e pode ser um hábito diurno ou noturno. Dentre os fatores que podem desencadear ou acentuar o bruxismo, pode-se citar o estresse físico e emocional, a disfunção e a sobrecarga dos músculos mastigatórios, a disfunção da ATM, as interferências oclusais, as perdas dentárias e até algumas patologias das vias aéreas superiores. Porém, o principal e mais comum fator é o estresse, que nos leva a descarregar as tensões emocionais sobre os dentes.
Quando estamos sofrendo de estresse, ansiedade, depressão ou medo, geralmente apertamos ou rangemos mais os dentes. Isso acontece, também, quando dormimos e sonhamos com os acontecimentos negativos que vivenciamos no dia-a-dia.
Em outros casos, o que induz o desenvolvimento do bruxismo é o desequilíbrio da arcada dentária, que pode decorrer de má-oclusão ou perda de elemento dental, fazendo com que o organismo tente desgastar os dentes para reaver a posição de equilíbrio e conforto dentário. A associação desses problemas gera desconforto e dor.

Como saber se tenho bruxismo?

Se você acorda com os músculos da face doloridos ou com dor de cabeça, você pode estar sofrendo de bruxismo.
Para muitos, o bruxismo é um hábito inconsciente. Algumas pessoas podem nem mesmo perceber que estão rangendo ou apertando os dentes, e somente descobrem que têm esse hábito quando alguém comenta que elas rangem os dentes durante o sono.
Em outros casos, as pessoas descobrem que têm bruxismo quando o dentista, no exame clínico, observa que seus dentes estão desgastados ou com o esmalte trincado.
Também pode ser considerado um sinal desse hábito a dor na face, na cabeça e no pescoço e, então, o dentista poderá fazer um diagnóstico preciso e determinar se a origem da dor é mesmo causada por bruxismo.


Como saber se tenho bruxismo?

O tratamento do bruxismo é multidisciplinar, contando com a intervenção de dentista, psicólogo e fisioterapeuta, o que permite a obtenção de bons resultados. Será feito, então, um questionário detalhado e um cuidadoso exame intra-bucal e, após, será elaborado um plano de tratamento que poderá incluir:
  • O uso de uma placa interoclusal. São placas de acrílico, usadas para dormir, que protegem os dentes do desgaste promovido pelo atrito, reduzem as atividades noturna dos músculos (miorelaxantes) e protegem as estruturas articulares;
  • Reabilitação oral e ajuste oclusal. É a tentativa de remover interferências de próteses ou restaurações presentes na boca, restabelecendo a oclusão para que o contato dos dentes superiores e inferiores seja o mais confortável possível. Pode ser necessária, também, a confecção ou substituição de próteses e restaurações;
  • Encontrando meios de relaxamento. A tensão cotidiana é uma das causas principais do bruxismo, e por isso é importante controlá-la e reduzi-la por meio da prática de esportes, ioga e exercícios de relaxamento. Já os distúrbios psiquiátricos, como depressão e ansiedade, devem ser aliviados e medicados, se necessário. A psicoterapia identifica e trata as dificuldades emocionais associadas ao bruxismo;
  • Fisioterapia. Sessões de fisioterapia voltadas apenas para esse tipo de problema promovem um maior relaxamento muscular, aliviando bastante as dores e o desconforto.
Concluindo, o estresse, a raiva, o rancor, a mágoa e as frustrações que acumulamos no dia-a-dia podem gerar muitas doenças em nosso corpo, algumas bem sérias. Por isso, aprender a controlar as nossas angústias e relevar os acontecimentos negativos que ocorrem em nossas vidas pode ser o melhor remédio para conquistar uma vida feliz e saudável.

Os quatro estados mentais


As freqüências da Consciência

As ondas cerebrais são formas de ondas eletromagnéticas produzidas pela atividade elétrica das células cerebrais. Elas podem ser medidas através de aparelhos eletrônicos como o eletroencefalograma. As freqüências dessas ondas elétricas são medidas em ciclos por segundo. As ondas cerebrais mudam de freqüência baseando-se na atividade elétrica dos neurônios e estão relacionadas com a mudança dos estados de consciência (vigília, concentração, relaxamento, meditação, etc.).

FREQUÊNCIA BETA

Atenção
Concentração
Cognição
Nesta freqüência estamos bem despertos e em alerta. A mente está concentrada e preparada para a execução de trabalhos que requerem atenção. No estado beta os neurônios transmitem as informações rapidamente, permitindo-nos atingir altos estados de concentração, percebendo o mundo físico através dos nossos sentidos. Tudo o que é ligado à lógica, ao raciocínio, ao pensamento, isto é, a uma atividade mental, corresponde a esse nível que é o da consciência do mundo material percebida através dos nossos cinco sentidos.
As ondas betas ajudam nos estudos, na prática de esportes, ou seja, atuam na análise e na organização de informações onde a concentração mental é necessária para um bom desempenho. A faixa de ondas beta está entre 21 e 14 ciclos por segundo. O estado beta está associado à concentração, atenção e formação de novas cognições.

FREQUÊNCIA ALFA

Relaxamento
Visualização
Meditação
As ondas vibratórias emitidas pelo cérebro em estado alfa estão abaixo de 14 ciclos/segundo. Fisicamente a pessoa está de olhos fechados, com os sentidos parcialmente adormecidos, num estado de concentração e relaxamento profundo que corresponde ao pré-sono ou adormecimento.
Após muita prática consegue-se chegar a esse nível de olhos abertos. As ondas alfa são comuns antes do sono profundo e um pouco antes de acordarmos totalmente; é o estado que Jung chamou de estado “hipnagógico”; corresponde ao que chamamos “estado de consciência superior”, pois a pessoa ultrapassa a barreira mental e entra num estado de percepção extra-sensorial, tendo pensamentos intuitivos e criativos. Podemos entrar nesse estado através do relaxamento e meditação, pois quando aprofundamos a atividade cerebral, baixamos do estado beta para as ondas alfa que são mais lentas. A nossa consciência se expande. Flui energia criativa e desaparece a ansiedade, aparecendo uma sensação de paz e bem-estar.
As ondas alfa são excelentes para a solução de problemas, para memorização, relaxamento e para a prática de visualização com o objetivo de melhorarmos nosso desempenho em todas as áreas de nossas vidas (tela mental ou visualização criativa). Nesse estado alterado de consciência temos mais acesso às nossas capacidades chamadas de paranormais. Ao funcionarmos nesse nível de consciência abrimos uma porta para estados de consciência mais profundos onde “todos somos um” (UNICIDADE). Nesse estado, quando chegamos à ciclagem 10.5 ciclos por segundo, atingimos a Schumann Ressonance – a freqüência do campo eletromagnético da Terra. Nessa freqüência consegue-se a telepatia, premonição, retrocognição…

FREQUÊNCIA TETA

Meditação
Intuição/Criatividade
Memória
Se aprofundarmos o nível alfa abaixo de 7 ciclos por segundo chegaremos, com a prática de exercícios de meditação, ao nível teta onde ocorre inclusive a cura do corpo físico. No nível teta nossa atividade cerebral baixa quase ao nível do sono; é quando temos a sensação de estarmos caindo ou misturamos com o que acontece naquele momento na vida real (sons que ouvimos no ambiente), isto é, misturamos a realidade que ouvimos com os sonhos. Teta é o estado cerebral onde aumentamos a capacidade mental. É nesse estado de consciência que aparecem os flashes do nosso inconsciente (ideal para a projeção astral) e o acesso às memórias esquecidas.
Pode-se sentir a mente se expandir além dos limites do corpo. Portanto, teta é o estado ideal para a cura e também para a aprendizagem. Sabemos que a consolidação do que aprendemos durante o dia acontece quando dormimos. Também em teta podemos nos livrar de condicionamentos indesejados; é neste estado que ao sonharmos nos lembramos do sonho ao acordarmos. Também abrimos o inconsciente e podemos reviver cenas que causaram traumas no passado e nos curarmos das seqüelas que foram deixadas por eles (aqui se enquadram as terapias de regressão à vidas passadas). Nessa frequência cerebral aumentamos a criatividade, por isso surgiram os inventos de Henry Ford, Thomas Edison, etc… Conta-se que Thomas Edison adormecia levemente em cima de seus experimentos e despertava com as soluções. A freqüência de ondas teta está abaixo de 7 ciclos por segundo. Recebemos informações para além do nosso estado normal de consciência, ativando estados mentais extra-sensoriais; intuição, criatividade.


FREQUÊNCIA DELTA

Consciência expandida
Cura e Recuperação
Sono
Delta é a mais baixa de todas as freqüências de ondas cerebrais – entre 0.1 e 4 HZ.
A pessoa está de olhos fechados, inconsciente e com todos os sentidos adormecidos. O corpo está apenas na sua função automática e a pessoa se encontra insensível à dor. Os sentidos estão completamente adormecidos e a pessoa está totalmente inconsciente. Corresponde a um estado de coma profundo, de sono profundo ou de anestesia geral, também de hipnose profunda.
Delta é a mais baixa de todas as freqüências de ondas cerebrais. É em Delta que liberamos o hormônio do crescimento humano (GH), que é liberado se não fizermos nenhuma alimentação pesada 5 horas antes de dormir. No início de nossas vidas esse hormônio (GH) é usado pelo nosso organismo para o crescimento; quando cessa o crescimento nosso organismo o usa para nos manter jovens. Essa liberação é benéfica, pois beneficia a cura e a regeneração celular.

ONDAS CEREBRAIS E O AUTOCONHECIMENTO

Devemos compreender que nossos ritmos de consciência estão vinculados a nossa freqüência de ondas cerebrais. Tudo em nós é unificado: uma emoção negativa (geradora de stress ou ansiedade) despeja cascatas de hormônios em nossa circulação, acelerando nosso ritmo respiratório e batimento cardíaco, elevando nossa pressão sanguínea e nossa freqüência de ondas cerebrais. Quanto mais aceleradas estas ondas, menor nossa consciência e capacidade de aprendizado (o “branco” em situações de tensão evidencia isto), mais instintivos e menos intuitivos nos tornamos, nos afastamos de nossa Chispa Divina interior…
Por outro lado, as diversas técnicas de expansão de consciência têm o poder de baixar tais ondas e realizar muitos dos prodígios relacionados a ela: cura de doenças físicas (existem casos documentados de remissão de tumores em 2 semanas unicamente através da meditação), reprogramação mental, ativação de memória genética e de vidas passadas, projeção astral e muito mais.
E como atingir tais estados? Cada povo desenvolve seu método: danças, Yoga  mantrans, concentração, toques de tambor ou ingestão de plantas professoras (dentre elas a ayahuasca). Todas estas no permitem entrar em estado de meditação, conhecer o shamadi ou êxtase, a plenitude espiritual e reconecção com nosso Ser… Nesse estágio, a pessoa se torna calma, tranqüila, em paz e em harmonia, pois quanto mais profundo é o relaxamento, mais lenta é a atividade cerebral e mais a consciência se abre. Este também é o segredo da regeneração cerebral e celular.
E o mais importante: este estado também pode – e deve – ser transportado até sua vida diária, de instante em instante e de momento a momento…

CONSCIÊNCIA, ATENÇÃO E ORIENTAÇÃO


O exame psiquiátrico é uma avaliação médica que visa ao estabelecimento de um diagnóstico psiquiátrico, à criação e ao desenvolvimento de uma aliança de trabalho, um planejamento terapêutico e um prognóstico do paciente. O exame psiquiátrico deve fazer um corte longitudinal da vida do paciente, obtendo-se nele dados referentes à sua bibliografia e à história de sua doença atual. Em seguida, obtêm-se os dados de um corte transversal, referentes ao estado do paciente no momento do exame.
O exame psicopatológico, correspondente a um corte transversal na vida do paciente, compreende as funções psíquicas que devem ser observadas e/ou deduzidas para a realização de um diagnóstico.
O presente trabalho tem como objetivo abordar as funções psíquicas, dentre elas especialmente a consciência, atenção e orientação.
2. INTRODUÇÃO EM PSICOPATOLOGIA
Psicopatologia é a ciência que estuda as anormalidades psíquicas do ser humano. Para este fim podemos utilizar diferentes meios. O método utilizado pela psiquiatria como ferramenta para diagnóstico sindrômico e nosológico é a fenomenologia: psicopatologia fenomenológica, que baseia-se na descrição dos fenômenos psíquicos, conforme sejam observados ou relatados. O importante na fenomenologia é descrever o que é vivido diretamente pelo indivíduo.
Existem dois meios de adoecer, segundo a psicopatologia fenomenológica: o desenvolvimento - o adoecer é compreendido pela constituição, personalidade e história do paciente; e o processo - algo diferente e novo na constituição e história do paciente.
Normalmente, examina-se de forma isolada cada função psíquica do paciente para depois formular o todo psíquico. A psicopatologia é, pois, uma abstração analítica da realidade e da totalidade do psiquismo humano, decompondo-o em conceitos operativos para formular, mais tarde, os quadros nosológicos.
A psicopatologia importa-se fundamentalmente com a forma de cada função psíquica, os conteúdos têm uma importância secundária. Exemplificando, podemos dizer que a forma de um livro é aquilo que faz com que reconheçamos que se trata de um livro, isto é, a essência deste objeto; e o conteúdo é aquilo que define tal livro, ou seja, sua mensagem.
Através da caracterização das funções psíquicas, distinguimos os principais quadros clínicos das diversas síndromes mentais, valendo-nos desses parâmetros para a adoção da conduta terapêutica mais adequada.
Resumiremos a seguir três das principais funções psíquicas e suas anormalidades mais freqüentes nas diversas síndromes psiquiátricas.

3. CONSCIÊNCIA
É a capacidade neurológica de captar o ambiente e de se orientar de forma adequada, é estar lúcido. A consciência pode ser considerada do ponto de vista psiquiátrico, como um processo de coordenação e de síntese da atividade psíquica.
"É uma atividade integradora dos fenômenos psíquicos, é o todo momentâneo que possibilita que se tome conhecimento da realidade naquele instante."
É uma das funções psíquicas com a qual estabelecemos contato com a realidade, através do qual tomamos conhecimento direto e imediato dos fenômenos que nos cercam.
Podemos ter alterações "fisiológicas" da consciência, dentre elas, sono, sonho, hipnose e cansaço.
As anormalidades da consciência podem ser classificadas como quantitativas ou qualitativas. Nas alterações quantitativas, há variação do nível de consciência, ou seja, da claridade com que os fenômenos psíquicos são vivenciados, o indivíduo apresenta fala, pensamento e emoções que dificilmente podemos entender, confunde percepções, não consegue fixar sua atenção e geralmente está desorientado. As alterações qualitativas referem-se a variação de amplitude do campo de consciência. Uma alteração qualitativa, é o estado crepuscular, onde há um estreitamento do campo da consciência, o paciente parece ter perdido o elo com o mundo exterior, quase não fala e age como se estivesse psiquicamente ausente. O estado crepuscular pode estar presente em algumas doenças como a epilepsia e a histeria.
Se desenhássemos uma escala para as alterações quantitativas, ou seja, para a diminuição do nível de consciência, esta seria da seguinte forma: inicialmente teríamos o paciente em lucidez, daí passando para sonolência, da sonolência este poderia ficar em topor ou obnubilação, a diferença é que na obnubilação teríamos um conteúdo anormal na consciência, de qualquer um destes dois estágios o paciente passaria para o coma.
Resumidamente, poderíamos considerar somente:
Estreitamento: é a redução quantitativa e qualitativa da consciência, havendo um conteúdo menor e uma seleção sistemática dos temas, como ocorre nas manifestações histéricas (nas dissociações) e nos estados crepusculares (na epilepsia).
Entorpecimento: diminuição ou perda da lucidez e da vigília, portanto a atenção dificilmente se forma ou se mantém. Ocorre em situações de febre, acidente vascular encefálico, traumatismo crânio encefálico, etc.
Obnubilação: é a diminuição da lucidez (como no entorpecimento) associado à presença de um conteúdo anormal na consciência. Geralmente acompanhado de distúrbios senso perceptivos e do pensamento, como ocorre por exemplo no delirium.
No Exame Psíquico é importante: Observar modificações no nível de consciência, registrar possíveis flutuações no nível de consciência e observar se há estreitamento da amplitude do campo de consciência. Isso pode ser observado pela capacidade de responder ao ambiente, em especial a participação no exame. Duas outras funções auxiliam na avaliação da consciência, pois já estão alteradas em diminuições bem discretas do nível de consciência, quando o indivíduo nem aparenta estar sonolento ainda, que são: a atenção e a orientação.
4. ATENÇÃO
Considera-se a atenção como um processo psicológico mediante o qual concentramos a nossa atividade psíquica sobre o estímulo que a solicita, seja este uma sensação, percepção, representação, afeto ou desejo, a fim de fixar, definir e selecionar as percepções, as representações, os conceitos e elaborar o pensamento. Resumidamente pode-se considerá-la como a capacidade de se concentrar, que pode ser espontânea ou ativa; é um processo intelectivo, afetivo e volitivo.
É importante ressaltar que a atenção não é uma função psíquica autônoma, visto que ela encontra-se vinculada à consciência. Por exemplo, o indivíduo que está em obnubilação geralmente se encontra com alterações ao nível da atenção, apresentando-se hipervigil. Contudo, um paciente em torpor se encontra hipovigil.
Sem a atenção a atividade psíquica se processaria como um sonho vago, difuso e contínuo.
Segundo Alonso Fernández, ao concentrar a atenção escolhemos um tema no campo da consciência e elevamos este ao primeiro plano da mesma, mantendo este tema rigorosamente perfilado, sem deixar-se desviar pelas influências dos setores excêntricos do campo da consciência, podendo modificar o tema escolhido com plena liberdade. Este tema poderia ser um objeto, uma ação, um lugar, uma palavra, etc.
Distinguem-se duas formas de atenção: a espontânea (vigilância) e a ativa (tenacidade). No primeiro caso ela resulta de uma tendência natural da atividade psíquica orientar-se para as solicitações sensoriais e sensitivas, sem que nisso intervenha um propósito consciente. A atenção voluntária é aquela que exige certo esforço, no sentido de orientar a atividade psíquica para determinado fim. Entretanto, o grau de concentração da atenção sobre determinado objeto não depende apenas do interesse, mas do estado de ânimo e das condições gerais do psiquismo.
O interesse e o pensamento são os dirigentes da atenção, sendo que a intensidade com que a efetuamos é o grau de concentração alcançado.
As alterações da atenção desempenham um importante papel no processo de conhecimento. Em geral estas alterações são secundárias, decorrem de perturbações de outras funções das quais depende o funcionamento normal da atenção. A fadiga, os estados tóxicos e diversos estados patológicos determinam uma incapacidade de concentrar a atenção.
Hipoprosexia: é a diminuição da atenção, ou o enfraquecimento acentuado da atenção em todos os seus aspectos. É observada em estados infecciosos, embriaguez alcoólica, psicoses tóxicas, esquizofrenia e depressão. Pode ocorrer por:
- falta de interesse (deprimidos e esquizofrênicos)
- déficit intelectual (oligofrenia e demência)
- alterações da consciência (delirium)
Os estados depressivos geralmente se acompanham de diminuição da capacidade de concentrar a atenção como um todo. No entanto, têm aumento da concentração ativa para temas depressivos (hipertenacidade).
Hipotenacidade: diminuição da atenção "ativa".
Hipertenacidade: aumento da atenção "ativa"
Hipovigilância: diminuição da atenção "passiva"
Hipervigilância: "distratibilidade", ou aumento da atenção "passiva"
Hipervigilância e Hipotenacidade: ocorrem nos casos de mania.
Hipovigilância e Hipertenacidade em temas depressivos: ocorrem nos casos de depressão.
No Exame Psíquico é importante: Referir se o paciente está disperso ou não, como se comporta em relação ao que acontece no ambiente. Descrever se responde às perguntas prontamente ou é necessário repeti-las. Pode-se pedir para que o paciente realize operações aritméticas ou enumere dias da semana ou meses, em ordem normal ou inversa o que exigiria mais atenção.

5. ORIENTAÇÃO
"Complexo de funções psíquicas em virtudes das quais temos consciência, em cada momento de nossa vida, da situação real em que nos encontramos", ou seja, é a capacidade de situar-se em relação a si e ao mundo no tempo e no espaço. É bastante complexo e exige a inter-relação entre vários dados psíquicos. A orientação requer atividades mentais como tendências instintivas, percepção, memória, atenção e inteligência. Alterações nestas atividades mentais podem levar à graus variados de desorientação.
Orientação autopsíquica: relativa ao próprio indivíduo, ou seja, à capacidade de fornecer dados de sua identificação, saber quem é, seu nome, idade, nacionalidade, profissão, estado civil, etc.
Orientação alopsíquica: relacionada ao tempo e espaço, ou seja, à capacidade de estabelecer informações corretas acerca do lugar onde se encontra, tempo em que vive, dia da semana, do mês, etc.
As desordens destes dois estados são chamadas de desorientação autopsíquica e alopsíquica, respectivamente. Essas alterações dependem estritamente do tipo de perturbações das funções psíquicas a que se acham subordinadas a orientação no tempo, no espaço e sobre si próprio. Em geral, a desorientação ocorre de modo gradual, inicialmente em relação ao tempo, depois ao espaço e a ultima a ser alterada é a autopsíquica. Os tipos de desorientação distinguem-se ainda em três outras formas:
Desorientação apática: decorrente de alterações da vida instinto-afetiva. Paciente está lúcido e percebe com clareza e nitidez o que se passa no mundo exterior, porém há falta de interesse, inibição psíquica ou insuficiente energia psíquica para a elaboração das percepções e raciocínio. O enfermo percebe o ambiente porém não forma um juízo sobre a sua própria situação. Ocorre com frequência em esquizofrênicos crônicos e em quadros depressivos.
Desorientação amnésica: relativa ao bloqueio dos processos mnêmicos. Incapacidade do doente em fixar acontecimentos (memória) e consequentemente, incapacidade de orientar-se no tempo, espaço em relações com outras pessoas. Pode ocorrer em pacientes com quadros demenciais.
Desorientação delirante: produzida por perturbações do juízo de realidade, devido à presença de falsos conteúdos (ou conteúdos anormais) no campo da consciência. Pode ocorrer em pacientes que estão psicóticos: na esquizofrenia, na mania e depressão psicótica. Os esquizofrênicos com desorientação delirante geralmente apresentam, também, dupla orientação.
Dupla orientação: permanência simultânea da orientação verdadeira ao lado de uma falsa, ou seja, o mundo real sincrônico ao mundo psicótico, como ocorre em esquizofrênicos. Por exemplo, um paciente orientado em tempo e lugar que acredita estar no inferno ou em uma prisão.
Desorientação com turvação da consciência: aqui a pessoa encontra-se desorientada pois está com comprometimento do nível de consciência. Ocorre no delirium, seja no causado devido ao álcool (tremens) ou por doenças físicas e/ou medicamentos.
Desorientação oligofrênica: A pessoa está com alteração do nível de orientação pois este não possui inteligência para correlacionar ambientes, pessoas, dias, etc. Pode ocorrer no retardo mental.
No Exame Psíquico é importante: Observar desorientação no tempo, pelo correto conhecimento do dia, mês, época do ano, dia da semana e ano. Observar se o paciente tem noção do tempo decorrido no hospital ou entre eventos recentes. Quanto ao espaço, perguntar sobre o lugar (nome do hospital, andar, cidade, endereço). Quanto à pessoa, perguntar sobre dados pessoais (nome, idade, data de nascimento), bem como sobre familiares.