terça-feira, 15 de janeiro de 2013

EPILEPSIA


A epilepsia é uma doença do sistema nervoso que causa alterações repetidas, súbitas e breves da atividade eléctrica do cérebro, manifestando-se por crises epilépticas recorrentes. As crises epilépticas são episódios de descarga anormal e excessiva de células nervosas cerebrais, que afetam temporariamente a forma como a pessoa se comporta, move, pensa ou sente. Um indivíduo pode ter uma crise epiléptica sem ter epilepsia e sem ter uma doença do sistema nervoso (o que pode acontecer, por exemplo, por alterações dos iões ou diminuição da glicose no sangue, privação de álcool nos alcoólicos ou ingestão de drogas).
Existem dois tipos principais de crises epilépticas:
  • Uma crise epiléptica generalizada primária envolve todo o cérebro e provoca perturbação do estado de consciência.
  • Uma crise epiléptica focal ou parcial começa numa área cerebral, afectando apenas uma parte do cérebro. No entanto, uma crise parcial pode transformar-se numa crise epiléptica generalizada (crise parcial com generalização secundária).
Muitas situações podem afetar o cérebro e desencadear epilepsia, incluindo:
  • lesões cerebrais, antes ou depois do nascimento (por exemplo, traumatismo)
  • tumores cerebrais
  • infecções, especialmente a meningite e a encefalite
  • doenças genéticas
  • vasos sanguíneos anormais no cérebro (malformações vasculares)
  • tóxicos (por exemplo, intoxicação pelo chumbo).
  • malformações do desenvolvimento do cérebro.
Na maior parte das pessoas com epilepsia desconhece-se a causa específica.
Manifestações clínicas
As manifestações da epilepsia variam, dependendo da extensão da área do cérebro afectada e da sua localização.
Crises epilépticas generalizadas primárias:
  • Crise tónico-clónica generalizada (crise tipo grande mal) — A pessoa perde a consciência, cai no chão e pára temporariamente de respirar. Todos os músculos corporais contraem-se ao mesmo tempo durante um curto período. Isto é seguido por uma série de movimentos espasmódicos. Algumas pessoas têm incontinência urinária e fecal (perda de urina e fezes) e pode ocorrer mordedura da língua. Esta crise pode durar alguns minutos, sendo seguida por um período de sonolência e confusão mental. Podem ocorrer dores musculares, bem como dores de cabeça. O termo convulsão geralmente refere-se a uma crise epiléptica tónico-clónica, embora algumas pessoas utilizem este termo como sinónimo de crise epiléptica.
  • Crise tipo ausência(crise tipo pequeno mal) — A perda de consciência é tão breve que a pessoa geralmente não muda de posição. As ausências começam e terminam abruptamente, com retorno imediato ao estado normal. Durante alguns segundos, a pessoa pode:
    • ficar com olhar vazio, fixo
    • pestanejar rapidamente
    • efectuar movimentos de mastigação
    • mover um braço ou uma perna ritmicamente.
Este tipo de crise epiléptica geralmente começa na infância ou no início da adolescência.
Crises epilépticas parciais (focais):
  • Crise parcial simples—A pessoa permanece acordada e consciente. Os sintomas variam, dependendo da área cerebral envolvida, podendo incluir:
    • movimentos espasmódicos numa parte do corpo
    • experiência de odores, sons anormais ou alterações visuais
    • náuseas
    • sintomas emocionais, tais como medo ou raiva inexplicados
  • Crise parcial complexa — A pessoa pode parecer consciente mas não responde durante um curto período, podendo verificar-se:
    • um olhar vazio
    • mastigação ou estalar os lábios
    • movimentos repetitivos da mão
    • comportamentos fora do habitual
Depois da crise, a pessoa não tem memória do episódio.
Estado de mal epiléptico — Ocorre quando a pessoa tem uma crise epiléptica generalizada que dura 15 a 30 minutos ou mais, podendo também resultar de uma série de crises epilépticas sem recuperação completa da consciência entre as várias crises. Esta situação constitui uma emergência médica potencialmente fatal.
Diagnóstico
O doente frequentemente não tem nenhuma crise epiléptica quando consulta o médico. Por esta razão, é importante pedir a colaboração de qualquer pessoa que tenha testemunhado a crise e que poderá descrever exactamente o que viu, incluindo o que aconteceu no início da crise e o que aconteceu depois. Esta descrição irá ajudar o médico a determinar o tipo de crise que o doente teve e a decidir o tratamento apropriado.
Ter uma crise epiléptica não significa que a pessoa tem epilepsia. Por exemplo, é comum as crianças terem convulsões associadas à febre. A maior parte das crianças com este problema não desenvolve epilepsia.
O médico irá diagnosticar epilepsia com base nos seguintes dados:
  • história clínica
  • exame físico pormenorizado
  • exame neurológico completo
  • resultados de um electroencefalograma (EEG), exame em que é feito um registo da actividade eléctrica do cérebro através de eléctrodos metálicos ligados ao couro cabeludo. Apesar de ser um exame útil, um doente com epilepsia pode ter um electroencefalograma normal quando não está a ter nenhuma crise epiléptica.
Em muitos casos, o médico irá pedir também uma tomografia computorizada (TC) ou uma ressonância magnética nuclear (RMN) do cérebro. Podem também ser necessários outros tipos de exames cerebrais.
O médico pode verificar se as crises epilépticas estão relacionadas com causas exteriores ao cérebro. Para isso, pode pedir exames laboratoriais, incluindo análises de sangue e análises de urina. Poderá ser também solicitada a realização de um electrocardiograma (ECG).
Apesar destes exames, o diagnóstico de epilepsia poderá ser difícil e, quando o médico não observa o doente na altura da crise, nem sempre é possível perceber se o doente teve verdadeiramente uma crise epiléptica. Para ajudar no diagnóstico, o doente pode realizar um electroencefalograma de 24 horas, quer em ambulatório, quer em internamento acompanhado de um vídeo permanente para que o médico possa classificar as crises.
Evolução clínica
A epilepsia é uma doença para toda a vida mas muitas pessoas com uma história de múltiplas crises epilépticas irão acabar por deixar de sofrer deste problema, o que acontece com frequência nos doentes mais jovens. Por outro lado, quando há alterações do exame neurológico, o prognóstico é pior.
Na maior parte das pessoas com epilepsia, as crises epilépticas podem ser controladas com medicação.
Prevenção
A causa da maior parte dos casos de epilepsia permanece desconhecida. Deste modo, não existe forma de prevenir a doença.
No entanto, os traumatismos cranianos podem provocar epilepsia e são muitas vezes evitáveis com as seguintes medidas:
  • usar cinto de segurança quando conduz e dar preferência a carros com “airbags”
  • usar um capacete apropriado quando anda de skate, de mota ou de bicicleta
  • usar protecções para a cabeça na prática desportiva.
Qualquer pessoa com epilepsia activa deve tomar precauções para minimizar o risco de lesão no caso de ocorrer uma crise epiléptica. Por este motivo, as pessoas com epilepsia são aconselhadas a não conduzir veículos motorizados durante, pelo menos, dois anos depois da crise epiléptica mais recente. Da mesma forma, deve ser evitada a utilização de maquinaria perigosa.
As pessoas com epilepsia devem ponderar o uso de uma identificação médica que descreva a sua doença. Isto irá proporcionar informações importantes para o pessoal médico numa situação de emergência.
Tratamento
Os doentes com epilepsia devem ter períodos de sono regulares, com repouso nocturno suficiente, e não devem consumir álcool.
Na maior parte dos casos, o tratamento começa com um ou mais medicamentos anti-epilépticos. O tipo de medicação usado depende do tipo de crise epiléptica a ser tratada.
Quando a medicação não consegue controlar as crises, pode ponderar-se uma intervenção cirúrgica. A decisão de realizar uma cirurgia depende de muitos factores, incluindo:
  • a frequência e a gravidade das crises epilépticas
  • o risco de lesão cerebral, bem como de outras lesões, devido à ocorrência de crises frequentes
  • efeito sobre a qualidade de vida
  • estado de saúde em geral do doente
  • probabilidade da cirurgia poder controlar as crises epilépticas.
O estado de mal epiléptico constitui uma emergência médica potencialmente fatal, devendo ser tratado com medicamentos administrados por via endovenosa ou rectal. Devem também ser tomadas medidas de protecção para manter a permeabilidade das vias aéreas do doente e para ajudar a prevenir as lesões da cabeça e da língua.
Quando contactar um profissional
Contacte o médico se apresentar episódios que pareçam ser crises epilépticas.
Peça ajuda de emergência imediatamente se suspeitar que alguém com epilepsia desenvolveu um estado de mal epiléptico.
Prognóstico
A maior parte das pessoas com epilepsia consegue controlar as crises com medicação.
Algumas pessoas têm uma epilepsia que não é controlada com medicamentos anti-epilépticos, podendo muitos destes casos ser tratados com cirurgia.
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Há diversos tipos diferentes de epilepsia e cada tipo tem uma combinação original diferente de sintomas, a idade do início, o tipo e a freqüência das convulsões ou das apreensões, da aparência do EEG, do tratamento e da resposta possível à terapia. Diversa destes é as síndromes que abrangem uma combinação de características.




Algumas síndromes epilepsia incluem:

A síndrome de West (espasmos infantis)
         A síndrome de West é uma epilepsia que ocorre em crianças jovens (crianças) e é diagnosticada por três características:
  • As crianças têm espasmos dos braços e tronco ( espasmos infantis )
  • Ocorre na maioria regressão intelectual e desenvolvimento motor
  • O EEG mostra um padrão típico (chamada hipsarritmia )
         Síndrome de West pode ocorrer em conexão com lesão cerebral grave (por exemplo, malformações cerebrais, esclerose tuberosa) ou não ter uma origem clara (criptogênica síndrome de West). Infelizmente, crianças com espasmos infantis têm um prognóstico pobre, porque muitos deles apresentam para o ano convulsões não controladas e retardo mental.
Atualmente, existem vários modos de tratamento:
  1. Drogas: as quatro drogas mais comumente usadas são o ácido, a vigabatrina valpróico, ACTH e prednisona. Também inicialmente dado piridoxina intravenosa (uma vitamina), para eliminar a possibilidade de crise por falta desta vitamina. Actualmente, na Europa, vigabatrina é a primeira escolha para o tratamento desta doença porque tem menos toxicidade do que outros medicamentos, e está associado com um menor número de recaídas. Ácido valpróico, ACTH ou prednisona são segunda escolha e, provavelmente, de eficácia similar. Além disso, muitas vezes associado com o tratamento com benzodiazepinas (diazepam, nitrazepam e clonazepam). Outras drogas que podem potencialmente ser úteis são lamotrigina, topiramato, ou felbamato. A vigabatrina em adultos tem sido associada com perda parcial de campo visual, que ocorre em um terço dos casos. O efeito que pode ter sobre as crianças é desconhecida, porque eles não são capazes de trabalhar em conjunto para fazer um campo visual. Em qualquer caso, parece haver consenso sobre a conveniência de tratamento com vigabatrina dada a gravidade da doença é epiléptico.
  2. Dieta cetogênica: adequado para as crianças mais velhas (normalmente mais de dois anos). A dieta é muito rigorosa e base de gordura. Ele oferece bons resultados em metade das crianças que tomam. 
  3. Cirurgia é oferecido para as crianças em que há um dano aparente no cérebro (usualmente uma malformação) e em que se verifica que o dano é causado pela doença. Para ver se o seu filho é um candidato para a cirurgia fazer vários testes são necessários: uma ressonância magnética bom, um registro com eletroencefalograma vídeo prolongado (alguns dias) e, em alguns casos, o PET um.

Lennox-Gastaut
Esta síndroma é caracterizada pelo seguinte:
  • Começando na infância (entre ano e 8 anos de idade)
  • Vários tipos de crise grave: ausências, convulsões tônicas (rigidez repentina de todo o corpo), crises atônicas (queda súbita) e convulsões.As crises geralmente muito freqüentes (diários), e ocorrem tanto durante o dia e noite.
  • Uma característica EEG: lento pico de ondas e ritmos rápidos durante o sono.
  • Retardo mental
         Em cerca de 60% das crianças afetadas síndrome tem uma causa específica (malformação cerebral, lesão cerebral perinatal, etc). No entanto, em 40% dos casos ocorrem espontaneamente crises e realizar ou estão associados a um atraso na aprendizagem e habilidades motoras.
         Tratamento de crianças com síndrome de Lennox-Gastaut, infelizmente, é ineficaz. Atualmente usado em algum dos seguintes medicamentos: ácido valproico  com ou sem benzodiazepinas, felbamato, lamotrigina e topiramato. A dieta cetogênica pode ser muito eficaz nessas crianças. Em certos casos de epilepsia pode ser considerado parte do tratamento cirúrgico muito rebelde do corpo caloso.

Rasmussen Síndrome
         Síndrome de Rasmussen é uma encefalite (inflamação do cérebro) de causa desconhecida. Caracterizado por:
  • Início na infância, geralmente entre 3 e 12 anos, embora haja casos relatados que apareceram antes dos três anos e em adultos.
  • Convulsão focal com muitos bolsos. As crises são mais epilepsia parcial contínua típico que é o movimento desenfreado de uma mão ou de pé durante dias, semanas ou meses, ou seja, de crise permanente focal. Essas crianças também tendem a ter muitos outros tipos de crises focais e convulsões.
  • Rebeldes crise para todos os tratamentos que ocorrem diariamente (muitas vezes muitos dias a).
  • Aparecimento de fraqueza progressiva de um dos lados do corpo, como em meses ou anos a paralisia de um braço e uma perna.
  • Problemas comportamentais e de aprendizagem. Muitas vezes, isso leva a uma diminuição de QI encefalite.
         Como você pode ver esta é uma doença terrível e devastador eo diagnóstico precoce é importante por causa de cirurgia de epilepsia é curativa nestes casos.
O tratamento atual envolve duas fases:
  1. Enquanto a criança não está paralisado (hemiplegia) é tratada com medicamentos: anticonvulsivantes, corticosteróides (prednisona), ciclos mensais de imunoglobulina intravenosa. Infelizmente, estes são tratamentos paliativos que praticamente nunca permanentemente parar a progressão da doença.
  2. Quando a criança perde a capacidade de usar a mão (hemiplegia esquerda) a cirurgia é o melhor tratamento. A desconexão dos hemisférios cerebrais (hemisferectomia funcional) tem uma chance muito grande de sucesso: até 70% das crianças são curadas da crise. Claro, nunca a capacidade de mover o braço paralisado anteriormente recuperar novamente, mas as crianças são capazes de caminhar e correr sem problemas. Cirurgia além de crises eliminando alcança grande melhoria no comportamento e aprendizagem das crianças e para eliminar a interferência da crise e reduzir ou eliminar medicamentos permite que o cérebro "respirar" novamente.

Síndrome de epilepsia do lobo temporal
         Caracteriza-se pela presença de crises parciais complexas que são geralmente resistentes ao tratamento com medicamentos, mas na maioria dos afetados respondem a tratamento cirúrgico.
Crises parciais complexas são caracterizadas por:
  • Uma aura (sensação anormal pré-crise) auras podem manifestar-se de muitas maneiras: ver e sentir uma determinada cena (deja-vu), uma sensação estranha no estômago, que vai até a garganta, um cheiro anormal etc
  • A própria crise: Após a aura da pessoa é "desconectada" olhando, sem saber do que está acontecendo ao seu redor. Enquanto estiver neste período de "ausência" o paciente tem geralmente uma mão movimentos rígidos ou fazer disparate repetido com o outro e lamber os lábios ou engolir repetidamente (isto é muito característico). Convulsões geralmente um minuto passado, depois de o paciente torna-se muito confuso por alguns minutos. Normalmente, a gravidade da crise não reside na gravidade da mesma, mas na sua frequência elevada (frequentemente diversas vezes por semana) e apresentação intempestiva (pode ocorrer a qualquer momento, o que muitas vezes impede a pessoa trabalhar ou conduzir e colocá-lo em risco de acidentes).
         Cerca de metade das pessoas afectadas por crises do lobo temporal também ter convulsões ocasionais.
Pessoas com síndrome temporais epilepsia apresentam as seguintes características:
  • Começando na infância ou adolescência.
  • Eles geralmente têm um histórico de convulsões febris na infância.
  • Nenhum medicamento é controlada em 90% dos casos
         O diagnóstico de epilepsia do lobo temporal é feito usando dados da história clínica, EEG e ressonância magnética. A última mostra uma cicatriz no hipocampo (profundo na região do lobo temporal) chamada esclerose hipocampal (BTW, isso não tem nada a ver com a esclerose múltipla é uma doença que completamente diferente).
         O tratamento desta doença é frequentemente mal sucedida. Antiepilépticos melhorar a qualidade de vida dos pacientes, reduzindo o número ea intensidade das crises, mas raramente se controlar totalmente as crises. Atualmente, o tratamento de escolha, uma vez que falhou em dois antiepiléptico, é a cirurgia que permite o controle das crises em dois terços das pessoas afetadas.
Landau-Kleffner
A doença começa na infância caracterizada pelo aparecimento mais ou menos simultânea de:
  1. Crises focais e apreensões
  2. Diminuição progressiva da capacidade de compreender e falar.
         O eletroencefalograma dessas crianças muitas vezes mostram atividade epileptiforme abundante, com múltiplos focos aumenta muito significativamente durante o sono. Na verdade, em muitos casos, o EEG durante o sono tem uma perturbação epiléptica contínua.
         Tratamento antiepiléptico nessas crianças dá resultados imprevisíveis. Em casos resistentes ao tratamento pode fazer uma técnica cirúrgica chamada de resseção subpial múltipla melhora da crise e da capacidade de falar e entender.
Convulsão febril
         Convulsões febris não são Mimas epilepsia em si e raramente levam à epilepsia no futuro. Sua aparência deixa uma profunda impressão sobre os pais por causa do horror que é ver um convulsionar criança. Felizmente, convulsões febris são benignos e geralmente não envolvem mais do que o medo.
         As crises ocorrem em crianças entre 6 meses e 5 anos de idade em relação a febre. Eles são geralmente crises curtas que a criança recupera completamente. Importante:
  1. Convulsões febris são muito comuns: cerca de 4% das crianças têm em algum momento de sua infância.
  2. Convulsões febris são benignos na maioria dos casos e não levar à epilepsia ou retardo mental.
  3. É comum encontrar outros parentes afetados com convulsões febris na infância, pois ele tende a ser familiar.
         Convulsões febris ocorrem geralmente no início da doença febril (geralmente amigdalite ou otite), às vezes apenas antes de a criança tem febre. Eles geralmente duram menos de um minuto durante o qual a criança perde a consciência e torna-se rígida e tem movimentos dos braços e pernas.
         Crises febris ocorrem apenas uma vez na vida de dois terços das crianças no terço final mas convulsões podem ocorrer várias vezes (geralmente duas ou três vezes).
         Convulsões febris raramente são prolongados (mais de 15 minutos de duração), afeta apenas um braço ou perna ou produzir paralisia depois deles. Nestes casos chamamos complexas convulsões febris são mais graves
Como são convulsões febris?
         Mais importante a febre com banhos quentes e antipiréticos (Febrectal, Dalcy). Se a crise é prolongada Stesolid recomendado que o diazepam é um enema. Nenhum tratamento prolongado deve ser dada para evitar convulsão febril porque o tratamento tem efeitos colaterais e prolongadas crises febris são benignos. É sempre bom ver um médico para verificar se a febre não sério.

A esclerose tuberosa (Bourneville Sd.)
         Esclerose tuberosa é uma doença caracterizada pro malformações congénitas e à presença de tumores benignos em várias partes do corpo: a cara, sob as unhas, no cérebro, do olho (retina), do coração e do rim. A mancha do rosto é característica da doença (angiofibroma facial).
         O diagnóstico de esclerose tuberosa requer a execução de vários testes para determinar quais órgãos são afetados e um estudo genético porque este tipo de doença é em muitos casos uma origem hereditária.
         A esclerose tuberosa é uma doença grave que é frequentemente associada com epilepsia. Convulsões geralmente começam na infância e geralmente se manifestam como espasmos infantis. As crianças afetadas geralmente têm um atraso de desenvolvimento intelectual e motor e crise refratária ao tratamento anti-epiléptico. A melhor droga antiepiléptica para a esclerose tuberosa associada com espasmos infantis é vigabatrina. Além de AEDs essas crianças podem se beneficiar dos seguintes tratamentos:
  • Cirurgia: nos casos em que a lesão se encontra o que provoca epilepsia. a localização do foco é geralmente difícil porque múltiplos ferimentos.
  • Cetogênica Dieta: indicada em crianças resistentes à medicação.

Síndrome de Sturge-Weber
         As crianças com essa síndrome têm áreas epilepsia graves e muitas vezes certas e algumas lesões das meninges (membrana que recobre o cérebro). Estas lesões causam danos progressivos e criança paralisia cerebral geralmente tem metade do corpo. Além disso, as crianças afetadas geralmente têm retardo mental, uma rosa mancha no rosto (angiomatose facial) e glaucoma (aumento da pressão do fluido no interior do olho).Em crianças com epilepsia grave, especialmente durante o primeiro ano de vida indicou que a cirurgia pode ser uma resseção parcial ou hemisferectomia. 

Tipos de Epilepsia

Quando se fala em epilepsia logo vem a mente aquele quadro "dramático" de perda súbita da consciência seguida de queda, abalos musculares e roncos fortes com espuma na boca. 
Este é apenas um tipo de epilepsia. Existem vários, mas citarei apenas os mais freqüentes. 

Epilepsia Generalizada Tônico-Clônica 

Se inicia por perda súbita da consciência, às vezes, precedida por um grito; seguida de queda, e início da fase tônica, onde a pessoa revira os olhos, se estica, ficando toda dura; a respiração pára e a pessoa fica arroxeada. Isto dura poucos minutos. Logo em seguida vem a fase clônica, onde a pessoa começa a apresentar abalos musculares, se debatendo. A respiração se reinicia forte e rápida, produzindo o ronco; aumenta a salivação e devido a respiração forte pela boca, surge a espuma. Pode haver liberação dos esfíncteres e a pessoa urina e defeca, e às vezes, no caso dos homens, pode eliminar esperma. A pressão arterial e os batimentos cardíacos se elevam. Acontece em uma boa parte dos casos, da pessoa morder a língua, e a espuma da boca sai com sangue. 
Nem sempre estão presentes todos estes sintomas. Alguns casos, por exemplo, podem apresentar só a fase tônica ou só a fase clônica. 
É muito importante, que durante uma crise, se procure proteger a pessoa de acidentes produzidos pela queda ou pela possibilidade de se machucar devido aos abalos musculares. Procure deixar a pessoa o mais confortável possível; se necessário afrouxe a sua roupa. Procure colocar uma pano (camisa, toalha, etc.) entre os dentes da pessoa, para evitar que morda a língua, mas com cuidado para que não morda os seus dedos (a musculatura que eleva a mandíbula e fecha a boca, tem uma força muito grande). Não há necessidade de puxar a língua do paciente, como muitas pessoas tentam fazer, temendo que o paciente se engasgue. Este é um risco muito difícil de acontecer e puxar a língua não resolve nada. O melhor a fazer é deixar a pessoa deitada de lado, para que a espuma possa escorrer para fora da boca, como se costuma fazer com os recém-nascidos. 
Não se deve temer o contato com a "baba" da boca do paciente, porque não existe qualquer risco de contaminação ou transmissão da doença. 
A crise em geral dura alguns minutos, após o que a pessoa pode dormir, e ao acordar está totalmente consciente. Em outros casos após a crise a pessoa já recobra a consciência ou pode ficar em um estado de turvação da consciência. É comum a pessoa voltar da crise sentindo dor de cabeça e apresentar vômitos. Sente dores no corpo devido ao intenso esforço muscular que ocorre durante a crise. 
Se quando o paciente voltar da crise não estiver bem, leve-o de imediato a um pronto-socorro, para uma melhor orientação. Posteriormente deverá manter acompanhamento médico, para melhor controle das crises. 

Crise Focal 
É a crise que apresenta manifestações musculares em apenas um lado do corpo ou em apenas um segmento do corpo (um braço, uma perna). Em geral deve ser investigada para verificar se ela é a manifestação de outra doença neurológica ("derrame", cisto, abscesso, aneurisma, etc.) ou se é apenas um foco epiléptico lateralizado.
Crises de Ausência 
Nestas crises há perda de consciência, mas a pessoa não perde o controle da musculatura. 

Ausência Simples 

Este tipo é mais freqüente em crianças. A criança perde subitamente a consciência, mas não cai, ficando imóvel, pálida, com o olhar fixo, não responde quando é chamada (está inconsciente) e às vezes faz movimentos discretos com a boca. A crise dura poucos segundos e ocorre várias vezes ao dia, quando não tratada. 
Muitos destes casos, podem passar desapercebidos dos pais e professores, e a criança pode ser tida como "desligada". Isto poderá influenciar no aprendizado, uma vez que a cada episódio da crise, a criança fica inconsciente e perde a continuidade de uma explicação.
Ausência Complexa 
Aqui ocorre a perda súbita de consciência, que demora bem mais que a ausência simples. Em geral a pessoa pode continuar fazendo as suas atividade, mas não existe o raciocínio e a pessoa faz os atos errados, responde de modo errado ao que se pergunta, e sua linguagem é apenas automática (ela pode responder a uma saudação, pode dizer seu nome, etc.). Existem relatos de casos em que durante uma crise a pessoa pode se dirigir a algum lugar, e ao voltar a si, não se lembra de como foi parar ali.
Convulsões Secundárias 
Outras doenças neurológicas, que não seja epilepsia, podem ter como um dos seus sintomas a convulsão, que neste caso representa uma manifestação da doença. 
Citamos: AVC ("derrame"), aneurismas, outras doenças vasculares, tumores, cistos, abscesso, meningites, encefalites, seqüela (conseqüência de uma doença) de traumatismos cranianos e cerebrais, outras doenças vasculares, doenças degenerativas do cérebro, neurocisticercose (produzida pela larva da Tenia), etc. 
Convém lembrar aqui que algumas crianças que nascem com doenças genéticas ou congênitas, podem apresentar convulsão; como é o caso de crianças com Paralisia Cerebral, Erro Inato de Metabolismo, etc. 
Em geral estas crianças têm outros sintomas tais como: atraso no desenvolvimento neuro-psico-motor, com distúrbio do Aprendizado, distúrbio de Fala, hiperatividade psico-motora, paralisia ou incoordenação motora, deficiência mental em vários graus, etc. 

Sonambulismo 
O Sonambulismo é semelhante a uma crise de ausência complexa, só que ocorre quando a pessoa está dormindo. Ela levanta-se de repente, sem consciência do que está fazendo. Anda pela casa e é capaz de abrir a porta e sair para a rua. Anda como autômato, ou seja, de modo automático, não fala, ou responde coisas bem diferentes quando questionado (alteração do raciocínio). 
Todos acreditam que não se deve "acordar" o sonâmbulo, pois isto poderia prejudicá-lo. A realidade não é bem esta. O que acontece é que ele não está dormindo, e sim inconsciente, por isso não se consegue "acordá-lo". Neste caso, o melhor a fazer é tentar convencê-lo de voltar para a cama, já que sua atividade automática permanece, e sua inconsciência pode ser parcial, talvez ele consiga entender-nos.
As epilepsias do lobo frontal e do lado temporal afetam as partes do cérebro indicadas na ilustração

Epilepsia do lobo temporal, epilepsia rolândica benigna e outros tipos de epilepsia

Assim como existe mais de um tipo de convulsão, também existe mais de um tipo de epilepsia. Os médicos determinam o tipo que uma pessoa tem observando a idade do paciente e os tipos de convulsões sofridas, assim como os testes diagnósticos (sobre os quais falaremos na próxima página). Mas antes, vamos conhecer alguns dos tipos mais comuns de epilepsia.
  • Epilepsia rolândica benigna: é um tipo de epilepsia infantil que geralmente é superada na adolescência. Ela se caracteriza por convulsões durante o sono e envolvem tremores, demência ou formigamento. Às vezes, convulsões tônico-clônicas maiores também podem ocorrer.
  • Epilepsia juvenil mioclônica: se manifesta perto do período da puberdade, e geralmente é uma doença para a vida inteira, diferente da epilepsia rolândica benigna. Como o nome implica, as convulsões mioclônicas caracterizam esse tipo de epilepsia, apesar das convulsões tônico-clônicas ou de ausência também serem possíveis.
  • Síndrome de Lennox-Gastaut: é um tipo grave de epilepsia que envolve vários tipos de convulsões, assim como certo grau de retardo mental. Diferente de algumas outras epilepsias infantis, esse tipo geralmente é presente para o resto da vida.
  • Epilepsia de cálculo: ocorre quando convulsões são causadas por desencadeadores ambientais específicos. Eles incluem luzes piscantes, ruídos altos, algumas músicas, certos movimentos ou pelo toque em certas partes do corpo.
  • Epilepsia do lobo temporal: as convulsões focais complexas são os tipos mais comuns, embora as convulsões focais simples e as tônico-clônicas também sejam comuns. As convulsões que ocorrem como parte da epilepsia do lobo temporal são frequentemente caracterizadas pela dificuldade de descrevê-las. O lobo temporal controla as emoções e a memória, assim, as convulsões geralmente irão alterá-las. Pessoas com epilepsia do lobo temporal descrevem emoções estranhas, velhas lembranças que vêm à mente ou alucinações.
  • Epilepsia do lobo frontal: envolve alterações nos centros motores e comportamentais do cérebro. Pessoas com esse tipo de epilepsia são mais propensas a apresentarem movimentos involuntários ou contraírem um só lado do corpo.
  • Convulsões epiléticas

    Nós podemos ter algumas ideias sobre como é uma convulsão: movimento tônico-clônicos, tremores e salivação. Mas nem todas ocorrem do mesmo jeito. Os médicos as classificam em dois grupos amplos: convulsões focais(às vezes chamadas de convulsões parciais) e convulsões generalizadas. As convulsões focais ocorrem em apenas uma área do cérebro a atinge 60% das pessoas com epilepsia [fonte: NINDS (em inglês)]. As convulsões generalizadas ocorrem em ambos os lados do cérebro.
    Mas dentro desses dois grupos, ainda há uma vasta gama de tipos de convulsão, que por sua vez, geram uma imensa variedade de sensações. As convulsões focais são divididas como simples ou complexas. Na convulsão focal simples, a pessoa mantém a consciência, mas vivencia sentimentos ou sensações anormais. E também pode sentir coisas que não existem. Às vezes, uma simples convulsão focal é uma aura ou uma indicação de que ela está por vir. Já a convulsão focal complexa envolve a perda de consciência, então o indivíduo entra em um estado parecido com os sonhos. Para quem observa uma pessoa que passa por uma convulsão focal complexa pode desencadear comportamentos repetitivos, incluindo tremer, piscar os olhos ou andar em círculos.
    Há muito mais tipos de convulsões generalizadas. Elas incluem:
    • Convulsões de ausência: geralmente ocorrem em crianças. Como o nome implica, a pessoa fica ausente do mundo consciente por um breve período. É como se a criança ficasse olhando para o espaço, apesar de as pálpebras se moverem e os músculos se contraírem. Essas convulsões duram apenas alguns segundos e então, a criança continua a atividade tão rapidamente quanto antes.
    • Convulsões clônicascausam convulsões ou movimentos involuntários em ambos os lados do corpo.
    • Convulsões mioclônicas: envolvem o movimento involuntário da parte superior do corpo e dos membros. Pode parecer que a pessoa recebeu um choque.
    • Convulsões tônicas: resultam na contração súbita dos músculos. Essas convulsões são mais comuns durante o sono.
    • Convulsões atônicas: envolvem a perda do controle muscular, fazendo a pessoa desmaiar ou cair. Embora ocorram rapidamente, elas podem causar desmaios súbitos, resultando em outros ferimentos.
    • Convulsões tônico-clônicas: envolvem uma combinação dos sintomas das convulsões tônicas e clônicas. A pessoa rapidamente se contrai, perde a consciência e então, convulsiona com movimentos involuntários dos braços e das pernas.
    A maioria das convulsões geralmente é breve, durando apenas alguns segundos ou alguns minutos, no máximo. O período após uma convulsão é conhecido como estado postictal e pode incluir dor de cabeça, dores no corpo, confusão e fadiga. Se ela durar mais do que cinco minutos, a pessoa entra num estado conhecido como estado epilético e é uma urgência médica. 

Um comentário:

Yendis Asor Said disse...

minha nenem tem epilepsia mas nao sei a causa ela encaixa na tonica clonica